Na altura em que o fundo PPR da Casa de Investimentos celebra três anos, a FundsPeople conversou com Emília Vieira sobre a trajetória, os resultados e as particularidades desta estratégia.
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O ditado já é velho e Emília Vieira, CEO da Casa de Investimentos, não poderia estar mais de acordo. “Poupar é a conquista da liberdade”, diz. E é com evidente orgulho que a CEO fala do seu Casa Global Value PPR, que celebrou três anos no passado dia 1 de outubro. Entusiasticamente, partilhou com a FundsPeople alguns números que considera relevantes e que ilustram o sucesso desta estratégia. Segundo a própria, este fundo PPR já ultrapassou os 4.500 clientes, mais de 1.100 transferências de outras instituições financeiras, e os ativos sob gestão ascendem já aos 66 milhões de euros. Refere, também, que quase 35% dos seus clientes reforçam o PPR todos os meses.
Para a gestora, o sucesso desta estratégia será sempre medido pela riqueza que conseguir criar para os seus clientes. “A riqueza em termos financeiros e também em conhecimento partilhado”, diz. Aponta, ainda, a forma como apresentam a filosofia do fundo e a transparência com que comunicam com os clientes, como outras das razões para o sucesso. “Nós preferimos não abrir uma conta - porque aquela pessoa não vai esperar e não nos dará tempo para criar valor - do que ter essa conta e depois a pessoa acabar por ter medo e sair do mercado na altura errada”, afirma.
Acérrima defensora do investimento em ações, a CEO da Casa de Investimentos mantém-se firme na defesa dessa estratégia. Para Emília Vieira, as ações “não devem ser, na maior parte dos casos, o nosso pior inimigo”, e acrescenta o porquê. “Para a nossa carteira, só as melhores empresas servem, as altamente rentáveis, as que têm um balanço quase sem dívida, aquelas que têm historial a criar valor para as famílias mais ricas”, remata.
Investir toca a todos (e a todas)
Olhando para atrás, Emília Vieira conta que, inicialmente, se centraram nos clientes com mais património, “porque era necessário”, pois “o grande objetivo foi sempre criar uma legião de investidores em valor e que as pessoas entendessem as ações”. Mas, rapidamente percebeu que o seu produto suscitava interesse junto do público menos abastado ou conservador. “Muita gente ligava para abrir conta de cinco mil euros, 10 mil euros ou 15 mil euros. “Uns porque não tinham mais dinheiro, outros porque não queriam experimentar o investimento em ações com montantes mais elevados”, conta. Desta feita, procurou encontrar uma solução que não desviasse o fundo do objetivo claro de “criar riqueza a longo prazo”, e que pudesse integrar investimento de montantes mais pequenos para evitar que, “quem, efetivamente, estava em sintonia com a filosofia do fundo ficasse de fora porque não tinha o montante que nós exigíamos para as contas de gestão individual”, explica.
Outro dado que a CEO da Casa de Investimentos se orgulha de partilhar é o facto de 9,2% dos clientes do fundo terem menos de 18 anos. “Isto é mesmo relevante porque este tipo de clientes tem um horizonte de investimento de décadas”. A gestora vê como “muito vantajoso a longo prazo” que, por parte das gerações mais jovens, com o apoio dos pais e disciplina de poupança, se cultive o hábito de poupar e investir. Nesta ótica, aposta num contacto mais próximo com as escolas e universidades para explicar aos jovens “como se deve investir, o que é a poupança e a importância de começar cedo”.
Quanto aos investidores por género, Emília Vieira não esconde o desânimo pelo facto das mulheres investirem menos. “As mulheres investem menos, ainda que, por norma, invistam com melhor rentabilidade. O que se nota bem no nosso PPR é que até aos 18 anos temos mais meninas do que meninos, mas, a partir daí, as mulheres são, em média, metade ou às vezes menos de metade dos homens”, conta. Para Emília Vieira urge a necessidade de uma mudança nesse sentido, tendo em conta a maior esperança média de vida das mulheres ou a disparidade salarial relativamente aos homens.
Quanto ao futuro, Emília Vieira não descarta a possibilidade de constituir um fundo de pensões. Já quanto à distribuição do Casa Global Value PPR, é muito clara: “Nunca tivemos uma proposta que nos encantasse e não queremos ser um produto numa prateleira esquecida de uma entidade que vende qualquer coisa”, assegura.