Rui Olo, do ActivoBank, indica as perspetivas da entidade para o próximo ano, focando-se nas oportunidades e nos maiores desafios.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
“O cenário económico é favorável. A economia mundial deverá crescer a números bastante razoáveis, impulsionada essencialmente pelos mercados emergentes, mas também pela resiliência da economia norte-americana, que se deverá manter independentemente de quem está na liderança do país”, refere Rui Olo, responsável de investimentos da Direção de Marketing do ActivoBank. Apesar do otimismo, atribuem “alguma incerteza em relação economia da zona Euro, cujo caminho para um crescimento económico menos anémico parece difícil de encontrar. Em suma, a conjuntura económica deverá continuar a favorecer o meio empresarial de modo geral”. Sobre as principais ameaças, vincam a sua análise em aspectos de natureza política que poderão “ter impacto na economia global a longo prazo, no entanto, em 2017, independentemente do que possa suceder no plano político, as projeções de crescimento económico não deverão ser impactadas”.
Aposta na Zona Euro
“Mesmo perante os atuais números de crescimento na Zona Euro, é esta geografia que continuamos a favorecer, em especial para ações e high yield”, referem do ActivoBank. No entanto, destacam que é “necessário ter em atenção as eleições presidenciais francesas a meio do ano e avaliar o resultado da extrema-direita como se tratasse de um referendo à permanência da França na União Europeia, mas também às debilidades do sector financeiro, com a banca italiana à cabeça. Adicionalmente, o Reino Unido deverá formalizar o pedido de saída da União Europeia, ou não, pelo que também este fator poderá ser um foco de instabilidade.”
Ainda assim, mesmo perante estes riscos, acreditam que a “atual valorização das ações da Zona Euro, aliada à forte componente exportadora das empresas da Zona Euro numa conjuntura de crescimento global sustentado deverão favorecer bons retornos em 2017”.
Relativamente ao país do “Tio Sam”, acreditam que a “presidência Trump deverá favorecer as pequenas e médias empresas norte-americanas. A confirmar-se a veia antiglobalização demonstrada durante a campanha para as presidenciais, a menor concorrência deverá favorecer empresas americanas dependentes do mercado doméstico. Dada a robustez atual da economia norte-americana, acreditamos que as pequenas e médias empresas têm tudo para fazer bem em 2017”.
“Também para 2017 vamos iniciar uma exposição a dívida de mercados emergentes, em hard currency”, referem quando o foco está nos países emergentes. “As yields são atrativas e não vemos grandes ameaças que possam afetar negativamente esta classe de ativos. É verdade que uma valorização adicional do dólar poderia ser um constrangimento, mas a suceder, o movimento dificilmente será muito acentuado”.
Além disso, e tal como em 2016, no próximo ano vão manter o enfoque em alternativos. “Dada a ausência de yield na dívida da Zona Euro, seja ela governamental ou empresarial de boa qualidade creditícia, bem como a preços já muito esticados no nosso entender, encontramos nos alternativos fontes diferentes de gerar retorno sem aumentar os níveis de volatilidade da carteira”, explica Rui Olo. “Em 2016 o resultado não foi especialmente conseguido, mas acreditamos que 2017 será o ano onde esta classe de ativos deverá proporcionar os retornos que esperamos dela”, refere o profissional.
Melhores fundos para 2017
Com tudo o que foi referido anteriormente, do ActivoBank destacam três fundos, para três tipos de investimento. Nas obrigações, o destaque vai para o Pictet Absolute Return Fixed Income HR EUR, gerido pela Pictet Asset Management. Já para as ações, preferem o fundo Schroder ISF Euro Equity B da Schroders enquanto que nos multiativos a escolha recai num fundo da J.P.Morgan Asset Management, o JPM Global Macro Opportunities Fund.
Refira-se que todos os fundos apresentam selos Funds People. O fundo da Schroders ostenta os três selos fundos: favorito dos Analistas, Blockbuster e Consistente. Os restantes dois produtos são Blockbuster.
Três vectores que puxam pela economia
“As exportações, a indústria do turismo e o investimento estrangeiro”. São estes os três vectores apontados por Rui Olo que são chave para a economia nacional. Dissecando cada um destes factores, o profissional revela que no caso das exportações é “fundamental diversificar os mercados destino. Quanto maior for a diversidade dos países destino das nossas exportações, menor o risco da nossa indústria ser impactada por uma crise específica de um determinado país”. “A globalização continua a ser uma realidade, as fronteiras estão abertas e a nossa indústria deve aproveitar esta oportunidade”, sublinha Rui Olo.
Relativamente à indústria do turismo, destaca o impacto que a primavera árabe teve no aumento do turismo de sol em Portugal. “Lisboa e Porto atraem cada vez mais turistas, o nosso país é convidativo, quer pela gastronomia, pelo clima e pela diversidade que temos num espaço geográfico tão pequeno”, por isso considera que é “fundamental garantir que este apetite pelo nosso país se mantém e que os que já cá vieram têm vontade de voltar. A indústria do turismo assume relevância por si, pelo contributo que tem para o nosso PIB, mas não só. À volta do turismo giram muitos outros sectores de atividade relevantes para a saúde da economia nacional”.
Sobre o último factor, o especialista revela que “Portugal, continua a ser um dos mais países com mão-de-obra barata e qualificada em particular no setor da tecnologia”. Rui Olo destaca a realização da Web Summit em Portugal como factor que colocou Portugal no caminho das startup’s. “Existe em Portugal capacidade, criatividade e vontade para criar novos negócios e que é capaz de rivalizar com muitos dos países de referência na Europa como a Alemanha”, conclui.