O ano não foi positivo para os fundos de pensões e OICVM PPR nacionais, mas o efeito fica diluído no mais longo prazo.
Dados divulgados pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP) relativos à rentabilidade e risco dos fundos PPR - OICVM e fundos de pensões - à data de 22 de maio de 2020, mostram um cenário menos positivo para a generalidade dos produtos de poupança para a reforma nacionais. O comportamento dos ativos de risco no ano de 2020 afetou todos estes veículos de investimento para a reforma, o que não é de todo estranho considerando que a grande maioria dos ativos financeiros mostrou um movimento sincronizado de descida durante o mês de março.
A volatilidade dos mercados em 2020 reflete-se, por exemplo, nos níveis de risco dos produtos - risco esse medido em desvio padrão - que escalou nas medidas year to date face às de mais longo prazo. Nunca é demais referir que estamos a falar exatamente de produtos de investimento com uma orientação para o investimento para a reforma, pelo que o longo-prazo está implícito no conceito PPR e a volatilidade de curto prazo será mais uma oportunidade do que uma penalização num horizonte temporal mais alargado.
A classificação do nível de risco é efetuada pela APFIPP de acordo com uma escala de 1 a 7, conforme a tabela abaixo:

O comportamento médio dos fundos por cada indicador de risco e remuneração da APFIPP foi ao encontro da escala do risco assumido, muito embora existam fundos que se destacam individualmente dentro de cada indicador. Neste caso o Indicador Sintético de Risco e de Remuneração (ISRR) é uma medida de risco que se obtém mediante o cálculo da volatilidade dos últimos cinco anos e reflete a política de investimentos de cada fundo. "No caso de um fundo ainda não tenha completado cinco anos de atividade ou tenha alterado substancialmente a sua política de investimentos ou a sua alocação de ativos há menos de cinco anos, o cálculo do ISRR tem por base a série de rentabilidades desse fundo desde o seu início ou desde a alteração da política de investimentos ou da alocação de ativos, sendo a restante série que falta para completar o período de cinco anos subjacente ao ISRR baseada na rentabilidade do benchmark do fundo ou de uma carteira com perfil e composição semelhante", esclarece a APFIPP.
Com base nesta medida a dispersão aumenta ainda mais quando falamos de um período a três anos, período em que os produtos exibiram um comportamento mais coerente com o seu indicador de risco e remuneração.
Abaixo o detalhe da rentabilidade e respetivos níveis de risco dos PPR nacionais a três anos e durante 2020.
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Recordamos que recentemente a FundsPeople publicou uma análise em que selecionámos cinco dos fundos OICVM mais antigos do mercado nacional e analisámos o seu desempenho durante a ocorrência dos principais surtos virais deste século, nomeadamente a SARS, a gripe das aves, Ébola e COVID-19.