A carteira de investimentos da Fundação, como a de tantas outras entidades, acabou o ano passado com perdas. 2019, no entanto, é traçado com positivismo.
Depois de analisadas as contas da Fundação Champalimaud referentes a 2018, hoje mostramos-lhe como foi o ano passado para aquela que é a maior fundação nacional - a Fundação Calouste Gulbenkian. Recorde-se que depois de alguns retrocessos no processo de venda da unidade petrolífera da instituição, o anúncio de venda da Partex surgiu este ano, num negócio executado com a tailandesa PTT Exploration and Production (PTTEP).
Desvalorização dos ativos
2018 marcou para a Fundação Gulbenkian – à semelhança do que também foi reportado pela Fundação Champalimaud – um decréscimo no valor dos ativos financeiros, ou seja, da carteira de investimentos da instituição. Esse montante decresceu 137,9 milhões de euros, ou seja 5,7%, fixando-se nos 2.272 milhões de euros em 2018, segundo o que se pode ler no Relatório e Contas da entidade. A Fundação explica que a carteira de ativos financeiros registou um retorno negativo no valor de 130,2 milhões de euros, o que contrasta com um retorno positivo de 224,6 milhões de euros em 2017.
A Fundação explica ainda a diferença entre o retorno da carteira e a variação do seu valor. “A diferença entre o retorno da carteira (uma perda de 130,2 milhões de euros) e a variação do seu valor (a redução de 137,9 milhões de euros anteriormente referidos) resulta, essencialmente, do efeito da liquidação de ativos financeiros para fazer face às despesas incorridas na execução das missões estatutárias da Fundação (-88,6 milhões de euros), do recebimento de um dividendo da Partex (+79,5 milhões de euros), do programa de investimentos da Fundação (-3,8 milhões de euros) e da libertação de fundo de maneio (+5,3 milhões de euros)”, escrevem.
Contudo, e embora o assunto sejam as contas de 2018, no documento a Fundação não deixa de assinalar a recuperação já conseguida no início de 2019. “O bom comportamento dos mercados financeiros permitiu recuperar, no primeiro trimestre de 2019, o resultado negativo da carteira apurado em 2018”, pode ler-se.
Fundos de ações dominam
A composição da carteira de investimentos da fundação continua a parecer-se com a fotografia de um ano antes. Os fundos de ações continuam a ser a rubrica a que alocam mais dinheiro – 289,4 milhões de euros – valor que contrasta com os 335 milhões de final de 2017.
Na rubrica de outros títulos de rendimento variável, que se assume tratar-se de ETF - já que desde 2016 que a Fundação tornou pública a opção de investimento em gestão passiva - continuam alocados mais de 900 milhões de euros.
Em jeito de conclusão, a entidade descreve que “2018 foi um ano muito desafiante para a Fundação, em que, apesar do resultado negativo dos seus investimentos, foi possível dar continuidade ao contributo para a sociedade no cumprimento das missões que lhe estão confiadas”.