O fim da reforma dourada? Os investidores renunciam a luxos para aforrar mais na reforma

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A população cada vez está mais consciente de que a poupança para a reforma está nas suas mãos e estão a atuar em conformidade. E isto está a gerar um curioso efeito colateral: o fim dos grandes caprichos pós-reforma. O interesse dos reformados na compra de bens de luxo, como férias ou carros novos, caiu nos últimos três anos, segundo o último Global Investor Study da Schroders. Segundo o relatório, só 7% dos reformados dão prioridade aos artigos de luxo. É uma queda muito relevante se tivermos em conta que em 2017 era uma prioridade para um em cada quatro reformados.

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“As anteriores gerações aforravam uma vida inteira para poderem fazer essa grande viagem ou talvez comprar a casa dos seus sonhos”, conta Rupert Rucker, responsável de soluções de rendimentos da Schroders. “Talvez agora sejam coisas que as novas gerações desfrutam mais cedo”.

Também pode ser uma causa a maior preocupação pelas suas finanças futuras. O aforro destinado à reforma está a crescer, mas isto não acalma os futuros reformados. 41% dos investidores expressam preocupação devido aos seus rendimentos poderem não ser suficientes para conseguir o estilo de vida que desejam durante a reforma. Essa é a média. Analisando por gerações, essa preocupação cresce com a idade. Assim, quase um em cada dois maiores de 70 anos acredita que não terá uma pensão suficiente.

De facto, 41% das pessoas não reformadas espera trabalhar o mesmo número de horas semanais, ou até mais, durante a sua reforma. Muitos investidores alegaram que as mudanças legais em torno da reforma nos seus respetivos países estava a obscurantizar a sua capacidade de aforro. Em concreto, os investidores da Tailândia, Áustria e China foram os mais dececionados neste sentido.

Os rendimentos que as pessoas destinam à reforma mantêm-se estáveis nos 15,2%. Isto é impulsionado pelo facto de que 55% dos inquiridos considera que as provisões do Estado por si só não serão suficientes para manter a sua reforma, interpretam no relatório. Especificamente, os investidores da América são os que mais aforram (16,8%), em comparação com os da Europa, que destinam 13,8%.