O gráfico que demonstra que a sustentabilidade paga mais ao mesmo tempo que reduz o risco

Verde green sustentavel esg

O interesse pelo investimento socialmente responsável (ISR) está a crescer de forma exponencial. Ainda mais após a crise da COVID-19, um período em que esta filosofia de investimento demonstrou ser capaz de gerar uma rentabilidade superior. Agora o participante está disposto a pagar mais para que o seu investimento seja sustentável. A J.P. Morgan AM expõe-no no seu Guia de Mercados correspondente ao terceiro trimestre, no qual mostra como esta é uma tendência transfronteiriça, que afeta em maior ou menor medida todas as regiões do planeta (gráfico 1). Conscientes da importância que isto teve para o investidor, cada vez mais gestoras estão a introduzir critérios de sustentabilidade nas suas políticas de investimento, o que, ao mesmo tempo, está a forçar as empresas a dar maior importância a estas questões (gráfico 2). É uma reação em cadeia.

Apesar de o investimento com critérios ambientais, sociais e de governance ter ganho relevância graças aos bons resultados registados recentemente, não nos podemos esquecer que a sustentabilidade como tema de investimentos surgiu no final da década de 1990. Naquela época, o que se acreditava era que um investimento sustentável era bom para a consciência, mas não para a rentabilidade. Na realidade, além das simulações históricas muito difíceis de realizar, naquele tempo (os relatórios das empresas sobre estas questões eram muito escassos) também não havia nenhum dado a que nos agarrarmos para determinar se investir de forma sustentável era melhor ou pior para os resultados finais de uma carteira.

Resultados da análise

Mas agora podemos analisar de forma agnóstica, tendo como referência os diferentes índices MSCI sobre os principais mercados de ações (Estados Unidos, Europa, Global e Emergentes). Neste sentido vale referir que o provedor de índices lançou em setembro de 2007 os seus primeiros índices ESG. Em 2011, ampliaram-nos para os mercados emergentes. Com este histórico de mais de 10 anos, já há dados para argumentar se o compromisso dos investidores com a sustentabilidade tem recompensa. E não há dúvida. A nível de rentabilidade-risco a resposta é afirmativa. A questão é se funciona em todos os mercados.

Tal como explicam na J. Safra Sarasin, a rentabilidade relativa dos índices MSCI com critérios ESG é superior aos seus respetivos índices genéricos. “Ainda que o grau de rentabilidade varie em função do mercado, ao longo destes 13 anos, em todos os índices ESG os retornos foram superiores aos dos índices tradicionais”, sublinham na entidade.

Além disso, isso não se deveu a uma maior adoção de risco. “Pelo contrário. Foi inferior à registada pelos índices tradicionais, o que significa que a rentabilidade-risco dos índices sustentáveis foi superior”. É a prova definitiva que demonstra que ser sustentável paga mais e, além disso, reduz o risco.

O gráfico definitivo