O mês de janeiro pelo filtro da Optimize Investment Partners

Filtro, cor, cores, luz
davidgsteadman, Flicker, Creative Commons

"Janeiro foi um mês de reposicionamento dos mercados". Assim refere Diogo Teixeira, administrador e gestor da Optimize Investment Partners, num documento publicado pela entidade referente ao primeiro mês de 2017. Nesse mesmo documento, o profissional refere que "as incertezas levantadas pela política de D. Trump nos Estados Unidos, nomedamente no que toca aos impactos sobre o comércio internacional, levaram a uma forte queda do dólar face ao euro (-2.6%)", que resultaram "da contradição entre um programa económico protecionista, que deverá suportar uma valorização da moeda", e ainda de um "discurso de 'guerra cambial' e acusações de manipulação cambial contra o Euro, o Renminbi e o Yen".

Relativamente à Zona Euro, Diogo Teixeira vincou as suas declarações na normalização da inflação (a rondar os 2%), que "também gerou tensões nas taxas de juro que subiram, no caso da Alemanha, para máximos de quase 2 anos". Refere, ainda, que "a era de taxas negativas tem os seus dias contados, juntamente com a política de compra de dívida do BCE, o que veio pressionar fortemente as dívidas da zona euro e particularmente a portuguesa". O administrador da entidade destaca, também, que a dívida nacional tocou "máximos de 3 anos: apesar dos bons resultados em torno do défice, os mercados parecem não acreditar na política de “poder de compra” assumida". O mês de janeiro fechou com as taxas a dez anos para a dívida nacional a tocar nos 4,2%.

Espera-se volatilidade elevada

Para os próximos meses, Diogo Teixeira afirma no documento que "a volatilidade dos mercados deverá continuar elevada nos próximos meses". Para este sobe-e-desce, o profissional destaca o contributo das ações que sobem "quando saem bons resultados das empresas e estatísticas positivas das economias" e que recuam quando "D. Trump envia tweets guerreiros a condenar um setor, uma moeda ou um país". O administrador termina a sua análise com o grande desafio para este ano: "separar o trigo do joio, e assumir o melhor timing de investimento".

Qual foi o fundo mais rentável da entidade em janeiro?

Dos cerca de dez fundos que a Optimize Investment Partners tem sob a sua alçada, aquele que registou melhor performance no primeiro mês de 2017 foi o Optimize Selecção Agressiva. Este fundo foi lançado no último trimestre de 2015 - juntamente com o Optimize Selecção Base e com o Optimize Selecção Defensiva - e está disponível em duas categorias, com a diferença a residir nos custos relativos à comissão de gestão. Os fundos de categoria A estão disponíveis para todos os investidores, enquanto os de Categoria B são apenas para os "membros da Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) e/ou subscritores da PROTESTE INVESTE", conforme revelam os prospectos.

O Optimize Selecção Agressiva A registou uma rendibilidade de 1,6% no mês de janeiro, com o património a situar-se num montante superior a 3,5 milhões d euros. Segundo a factsheet do produto, o maior investimento em carteira é realizado no iShares ETF Poland, da iShares, sendo seguido dos fundos Invesco China Equity da Invesco e ainda do Nordea Swedish Bond da Nordea. Estes três ativos representavam quase 30% de todo o portefólio no final do mês passado. Em termos de classe de ativos, as ações representavam mais de três quartos da carteira, com as obrigações a deterem uma fatia a rondar os 20% do portefólio. Refira-se, também, que este fundo registou uma valorização de 7,76% durante o ano passado.