Em setembro o segmento global de fixed income não apresentou os melhores resultados. No entanto, algumas categorias de fundos conseguiram contrariar esta ideia.
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O mês de setembro não teve como resultado as melhores rendibilidades dos fundos de investimento nacionais. Especialmente o segmento de obrigações revela o peso dos desafios que enfrentam os gestores de fundos do segmento, seja pelas rentabilidades nulas ou negativas em grande parte do mercado investível, seja pela evidente assimetria de risco. Os dados da Morningstar Direct para setembro reflectem esses desafios. São 51 fundos de fixed income domiciliados em Portugal que a Morningstar apresenta na sua base de dados, universo que por sua vez se reparte em 10 categorias.
A rendibilidade média dos 51 fundos de fixed income foi negativa, na ordem dos 0,10%. Ainda assim, alguns fundos e categorias conseguiram destacar-se dos seus pares pela positiva. As categorias que melhores resultados médios apresentaram no mês de setembro foram, por esta ordem, a EUR High Yield Bond - composta por apenas um fundo nacional - a Fixed Term Bond e a EUR Diversified Bond - Short Term.
No entanto, dois dos fundos individuais que melhores rentabilidades mostraram no período pertencem a categorias que mostram maior dispersão de resultados. Um desses fundos foi o Caixagest Obrigações, gerido pela Caixagest, que registou uma evolução de 0,26% no mês passado. Este produto gere mais de 218 milhões de euros e insere-se na categoria Morningstar EUR Diversified Bond - Short Term, categoria essa que ocupa o terceiro lugar em termos de rentabilidade média.
Da categoria de EUR Government Bond vem o segundo fundo mais rentável entre o segmento Fixed Income. Trata-se do fundo NB Obrigações Europa, da responsabilidade de Vasco Teles, da GNB Gestão de Ativos e que registou uma valorização de 0,16%. De acordo com o gestor, no mês passado, os factores adjuvantes da outperformance foram a exposição à inflação e ao Chipre. No primeiro caso o gestor evidencia que o fundo “beneficiou do comportamento das expectativas de inflação implícitas nas obrigações indexadas, que subiram entre 10 a 20 pontos base ao longo da curva”. Já sobre o Chipre, Vasco Teles relata que a dívida do país “teve o melhor desempenho dentro da zona euro durante o passado mês de setembro, com as taxas a caírem perto de 30 pontos base”. Estas duas premissas, “contribuíram com 60 pb para a valorização da carteira”, refere. Já do lado negativo do mês, o gestor destaca as “perdas com Grécia, cujas taxas médias da dívida reestruturada em 2012 subiram de 7.90 para 8.20%, e o custo das coberturas com futuros, num período de valorização moderada da dívida alemã”.
Realce para o facto desta categoria ser apenas composta por dois produtos, com apenas este da GNB Gestão de Ativos a sobressair com uma evolução positiva.
Sub-segmento EUR High Yield Bond também se destaca
A categoria Morningstar EUR High Yield Bond é composta apenas por um produto. Trata-se do BPI Alto Rendimento Alto Risco que registou ganhos de 0,15% no mês passado. Gerido por Nuno Pereira, da BPI Gestão de Activos, o fundo apresentou este resultado devido a três factores: “risco específico, baixa rotatividade da carteira e posicionamento na curva de obrigações das empresas”.
O gestor revela que o “investimento de longo prazo em obrigações de algumas empresas” ajudou o produto, com destaque para o investimento na “Heckler & Koch que em setembro resolveu um diferendo jurídico com o Estado Alemão favorável para a empresa”.
Além disto, o fundo “pauta-se por analisar oportunidades de mercado durante muito tempo e realizar poucos movimentos, pois o custo de transacionar vs a yield atual do mercado de obrigações corporate é muito significativo, o que leva a que face a fundos mais ativos se gere um efeito de ganho”, revelou Nuno Pereira. Também a “parte da curva em que o fundo se posiciona no mercado de obrigações High Yield ajudou a manter um bom desempenho contra os restantes fundos de obrigações, devido à estabilidade que confere ao nível de juro gerado (carry)”, terminou o gestor.