A ASF divulgou o Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões. Neste relatório é possível perceber a tipologia de fundo de investimento preferida das seguradoras nacionais e as geografias onde mais investem.
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A Autoridade Supervisora de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) divulgou o Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões relativo ao ano de 2022. O relatório completo contempla informação sobre a situação atual, e a evolução face a final de 2021, das carteiras de seguros nacionais. O foco deste artigo são os fundos de investimento presentes nas carteiras das seguradoras nacionais.
Fundos de investimento por tipologia de ativo em 2022
A classe de fundos de investimento onde as seguradoras mais investem o seu capital é a classe obrigacionista. No total dos diversos tipos de seguros, a representatividade desta classe aumentou cerca de 1 ponto percentual, fixando-se nos 52%. O destaque vai para o aumento de 7 pontos percentuais e de 5,5 pontos percentuais nos ramos vida (exceto unit-linked) e não vida, respetivamente.
Os fundos de ações perderam mais de 1 ponto percentual durante o ano de 2022. Esta classe de fundos fica, a 31 de dezembro de 2022, com 30% do total das carteiras. As quedas acentuadas nos segmentos vida e não vida voltam a ser responsáveis pelo movimento. No segundo segmento mencionado, a queda atingiu os 8 pontos percentuais.
Os hedge funds foram os principais beneficiários do ano de 2022. A classe, que representa agora 7% do total das carteiras de seguros, viu o seu peso aumentar 2 pontos percentuais no segmento de seguros unit-linked. O relatório recorda que "o segmento dos fundos unit-linked concentra a maior parte das U.P. em fundos de investimento detidas pelo setor segurador (69,5%)".
Quanto às restantes classes, assistimos a quedas dos fundos de mercado monetário e de asset allocation. Por sua vez, os fundos outros e os fundos de private equity ganharam ligeira representatividade.
Distribuição geográfica dos fundos de investimento em 2022
Também ao nível do domicílio dos fundos de investimento utilizados, o ano de 2022 trouxe alterações. Segundo consta no relatório, as carteiras das seguradoras "mantiveram a tendência de redução da exposição a ativos de emitentes nacionais, em contrapartida do reforço em títulos financeiros emitidos por entidades de outros países da UE". Como se pode perceber no gráfico, os fundos de investimento nacionais representam apenas 8% do total das carteiras, uma variação de aproximadamente -0,5 pontos percentuais. Os seguros unit-linked são onde os fundos nacionais menos percentagem representam, 4%, enquanto os seguros não vida estão no extremo oposto, com 16%.
O Luxemburgo foi a geografia que perdeu mais representatividade. No total das carteiras das seguradoras, os fundos domiciliados no Luxemburgo caíram mais de 4 pontos percentuais, mantendo-se ainda como os mais representados, 47%.
As outras geografias representadas no total de carteiras de seguros nacionais tiveram movimentos díspares. Os principais beneficiados foram o Reino Unido e a Irlanda que viram a sua representatividade aumentar cerca de 3 pontos percentuais. Do outro lado, os fundos domiciliados na restante UE, América do Norte e outras geografias perderam alguma representatividade marginal.