Eu sou um apreciador de Whisky de Malte, especialmente de Single Malt Whisky. No entanto, hoje vou escrever sobre Blended Whisky, ou seja, uma mistura de Whisky de Grão e Whisky de Malte. E deixem-me dizer-vos que existem Blended Whiskys excelentes, tais como o Chivas Royal Salute 21 anos, o James Martins 30 anos, ou o Cutty Sark Tam ‘O’Shanter. Para mim, o “problema” não reside na qualidade do whisky, mas sim na relação preço/qualidade. Por um preço inferior consegue-se adquirir Single Malts ao mesmo nível dos que referi.
Vem esta lenga-lenga a propósito de um whisky que saiu recentemente para o mercado e que tive o prazer de provar há uns dias atrás: o Johnnie Walker Platinum Label (18 anos). A menos que andem desatentos, todos sabem que a Johnnie Walker categoriza os seus whiskys através da cor do rótulo.
Temos os mais conhecidos Red Label (novo) e Black Label (12 anos), o menos conhecido Double Black Label (também 12 anos, mas mais fumado), o Green Label (whisky de malte), que infelizmente foi descontinuado, o Gold Label (antes o único de 18 anos), agora o Platinum Label (18 anos), e finalmente, o fabuloso Blue Label (tinha que ser azul!).
Aparentemente faria pouco sentido lançar um whisky de 18 anos, quando já existia um outro no catálogo.
No entanto, os Blended Whiskys destinguem-se pela quantidade e qualidade de Whisky de Malte que é misturada com o Whisky de Grão (evidentemente). A Johnnie Walker decidiu, e bem digo eu, lançar o Platinum Label usando Whiskys de Malte de distilarias diferentes das que são usados para fazer o Gold Label. O resultado foi conseguido: enquanto o Gold Label é um whisky mais redondo, suave, frutado e com uma predominância de sabor a baunilha, o Platinum Label é muito mais intenso, com um sabor muito rico e levemente fumado. Pessoalmente prefiro o recém-chegado ao veterano.
Mas nada se chega perto do Blue Label. Será preciso alguém ser um verdadeiro ‘expert’ para, numa prova cega, destinguir este whisky de um dos melhores Single Malt Whiskys. Diferente dos demais whiskys da Johnnie Walker, o Blue Label não é definido pela idade, mas sim pela combinação dos mais raros whiskys de malte e de grão (provavelmente quase só de malte). O resultado é uma maravilha da natureza!
Para finalizar deixo-vos um novo record. Foi vendida num leilão, recentemente, a garrafa de whisky mais cara de sempre. O feito pertence agora a um Macallan 64 anos Lalique Cire Perdu, que foi vendido pela Sotheby’s em Nova Iorque pela módica quantia de quatrocentos e sessenta mil dólares ($460.000). E nem sequer deve ser para ser bebida…
Foto: Johnnie Walker Platinum Label (18 anos)