O que há na carteira do fundo internacional mais rentável de 2019?

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A foto final do ano passado mostra um exercício complexo. 2019 foi um ano para ser oportunista quando outros vaticinavam a próxima recessão, mas também foi um exercício brilhante para os ativos refúgio, como o ouro. Num artigo posterior iremos analisar as estratégias internacionais mais rentáveis a nível geral e por classe de ativos, mas por agora vamos centrar-nos no fundo mais rentável de 2019: o DWS Invest Brazilian Equities, com uma subida de 56,85% em euros.

Curiosamente, este fundo de ações brasileiras da DWS não é das tendências que mais se repetem entre os veículos que melhores resultados obtiveram (tecnologia, China, ouro). De facto, é o único especializado em ações da América Latina entre os 20 fundos que mais subiram em 2019.

O que tem em carteira

Guiando-nos pela Style Box da Morningstar, vemos que é um fundo com um viés para empresas growth e de grande capitalização. Na carteira a fecho de novembro, predominavam os sectores dos serviços financeiros (quase um quarto da carteira), consumo cíclico (17,94%), materiais básicos (13,86%) e consumo defensivo (11,04%).

A equipa gestora move-se com uma carteira concentrada. As suas 10 maiores posições representam mais de metade do fundo. Também não temem manter as suas convicções. A mineira Vale foi a sua principal aposta ao longo de todo o 2019, apesar de vários episódios de crise de confiança desencadeadas após a catástrofe mineira do passado mês de janeiro em Brumadinho. A empresa de retalho Magazine Luiza foi outro valor constante no fundo. No fecho do ano completava a carteira com posições importantes em Weg, Raia Drogasil e Natura Cosmeticos.

Quanto a 2020, o gestor do fundo mantém-se otimista. “Acreditamos na continuação das reforma estruturais no Brasil”, assegura Luiz Ribeiro. “O Ministro da Economia continuará a centrar-se na redução do tamanho do Estado e na abertura da economia. Esperamos que isto conduza a um contexto muito melhor para o sector privado nos próximos anos”, explica. O risco que se vê é que as reformas não progridam por razões políticas, mas até agora o ritmo foi bom. “As taxas em mínimos históricos e a baixa inflação continuarão a proporcionar um tailwind que impulsionará o mercado de valores”, defende.

Rentabilidade e track record

Esses 56,85% comparam-se com um bom ano para as ações brasileiras. O BOVESPA, o principal indicador de referência, fechou 2019 com uma notória subida de 31,5%. É de destacar os 25% de rentabilidade adicional face ao mercado.

O bom comportamento de 2019 integra-se dentro de um track record sólido para este cinco estrelas Morningstar. Desde o seu lançamento em 2012 a equipa formada por Luiz Ribeiro e Danilo Pereira gerou uma rentabilidade anualizada de 17, 21% a cinco ano e de 27,12% a três. Nos últimos três anos, situou-se no primeiro percentil da sua categoria.

Nota sobre a metodologia: Para o ranking foram tidos em conta os fundos internacionais (fundos disponíveis para venda em Portugal, mas não domiciliados cá), e cuja divisa base seja o euro e com as rentabilidade expressas em euros, já que é o retorno que obterá o investidor em euros. Os dados são da Morningstar Direct, com valor da unidade de participação a 31 de dezembro de 2019.