O ano de 2016 continua a seguir o guião previsto.
Apesar dos dados Chineses confirmarem um crescimento de 6,9% em 2015 (a menor taxa em 25 anos, mas muito perto do objectivo de 7%) o mercado continua a suspeitar que 2016 irá ser um ano muito difícil para a economia Chinesa e por conseguinte para o resto do mundo.
O abrandamento da China implica uma redução da procura por petróleo, que já atingiu o ponto mais baixo em 12 anos ao bater nos 28 dólares por barril, num reflexo do levantamento das sanções ao Irão, o que equivale a dizer que brevemente entrarão mais uns milhares de barris diários no mercado, pressionando ainda mais o preço do "ouro negro" para baixo.
O colapso dos preços das matérias-primas a que estamos a assistir, é um pormaior a ter em conta no contexto global:
- A política de taxas de juro perto do zero incentivou as empresas do sector a fazer maus investimentos, desadequados ao contexto e às necessidades da economia.
- Esse investimento gerou mais oferta, que se revelou claramente desajustada à procura.
- Tendência clara da descida de preço, que será para continuar na ausência de perspectivas de crescimento.
- Os investimentos efectuados tendo como base uma taxa de juro zero, e assentes na ideia de serem fáceis de pagar no futuro, está a revelar-se falsa.
Sem crescimento económico, com os estímulos que permitiram esconder deficits e manter super inflacionados os preços dos mais variados activos, a desaparecerem lentamente, é normal que o mercado se sinta muito nervoso e reaja em conformidade.
Durante anos foram criando uma bolsa no mercado de acções e no mercado de dívida, levando a distorções nos mais diversos mercados, incluindo o mercado Forex.
Fala-se agora num mercado urso em contraposição do mercado touro que vimos durante anos.
O mercado urso é nem mais nem menos que o ajuste à realidade.
É somente o verificar de que afinal quase tudo está assente em areia e basta uma maré mais forte para começar a derrubar os respectivos castelos.
São tantas as tensões por este mundo fora e em todos os mercados financeiros que é muito complicado afirmar que o futuro poderá ser melhor que o presente.
(imagem: ota_photos, Flickr, Creative Commons)