Oito gráficos para analisar se é um bom momento para ser construtivo em ações asiáticas

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Créditos: Cedida (Fidelity International)

A Ásia e, muito particularmente a China, está a tornar-se na região para a qual muitos investidores europeus estão a virar a sua atenção. A razão é simples: um ciclo económico desfasado do ocidental, juntamente com avaliações que, em todos os sentidos, parecem atrativas e estão a revelar oportunidades de investimento a longo prazo que vale a pena analisar. É o que acabam de fazer na Península Ibérica Catherine Yeung, diretora de Investimentos na Fidelity International, e Hyomi Jie, gestora do Fidelity Funds China Consumer, fundo com Rating FundsPeople 2022 que é um dos destaques da casa em ações chinesa.

“Embora as economias asiáticas não sejam imunes a uma desaceleração mundial, a região goza de uma saúde económica relativamente melhor. A Ásia continua a ser heterogénea e oferece tanto oportunidades geradoras de alfa como benefícios de diversificação numa carteira”, sublinha Yeung. Esta heterogeneidade ressaltada pela especialista é claramente observada a nível macro. Por exemplo, nos dados da inflação, taxas de juro, desemprego e dívida das famílias, muito diferentes dos publicados no ocidente (gráfico 1), mas também em relação ao comportamento dos diferentes mercados que compõem a região asiática (gráfico 2).

O maior mercado, o chinês, tem sofrido uma forte correção desde os máximos alcançados em fevereiro de 2021. Medido pelo MSCI China, a queda foi de 47%. Nos setores de consumo discricionário, tecnologia, telecomunicações e saúde a queda foi superior a 50% (gráfico 3). “O PER a 12 meses da China negoceia atualmente com um desconto na ordem dos 40% em relação ao S&P 500. As expetativas de lucros são extremamente pessimistas (gráfico 4). Avaliações atrativas, juntamente com um sentimento de mercado muito débil, faz com que o mercado de ações chinês represente atualmente um ponto de entrada muito interessante, sobretudo no âmbito do consumo”, comenta Jie.

Segundo a gestora do Fidelity Funds China Consumer Fund, um dado muito importante a ter em conta é o forte crescimento do PIB per capita na China e a capacidade de compra das famílias. “Desde a crise da COVID-19, o rácio de poupança aumentou de maneira considerável (gráfico 5). E isto terá consequências importantes para o comportamento dos mercados locais. A crescente importância dos investidores chineses não deve ser subestimada. A poupança de muitas famílias está cada vez mais em produtos financeiros, entre eles os fundos de investimento. E as previsões apontam para que a taxa de poupança neste tipo de veículos continue a aumentar no futuro”, assinala Jie (gráfico 6)

Essa maior capacidade de compra das famílias chinesas também se refletirá nos gastos no consumo. Tanto Yeung como Jie consideram que o aumento do consumo se tornará num dos principais motores do crescimento da China (gráfico 7). Isso gera oportunidades de investimento a médio-longo prazo muito interessantes. No entanto, para as capturar, Jie recorda que é essencial entender os padrões de consumo. “No geral, 72% dos consumidores chineses dizem que, nos últimos três anos, consumiram principalmente produtos produzidos no país. Isto é importante para identificar preferências de marca” (gráfico 8).