COLABORAÇÃO de Carlos Bastardo.
O ano de 2024 foi bom para os mercados acionistas, com os principais índices a terem valorizações positivas.
O índice S&P 500 subiu 25,2% em 2024. O índice europeu Stoxx 600 valorizou-se apenas 6,6%. Por sua vez, o índice Nikkei do Japão cresceu 19,5%.
Na Europa, o índice da bolsa francesa CAC 40 caiu 0,5%. O índice PSI, benchmark da bolsa portuguesa caiu 0,3%, em contraciclo.
O indicador de volatilidade CBOE VIX subiu 30%, tendo passado de 13,35 no final de 2023 para 17,35 no final de 2024.
Ao nível da dívida pública, as yields das obrigações americanas e alemãs com 10 anos de maturidade subiram de 3,866% e 2,031% respetivamente no final de 2023, para 4,57% e 2,364% respetivamente no final de 2024.
Contudo, o treasury bond americano a 10 anos atingiu um máximo em 2024 de 4,739% e o bund alemão a 10 anos registou um máximo em 2024 de 2,682%. Desde o final de 2024 a yield das obrigações americanas e alemãs a 10 anos tem estado a subir, estando em 16/1 nos 4,7% e 2,55% respetivamente.
Ao nível das commodities, o petróleo subiu em 2024. O WTI cresceu 20,1% e o Brent subiu 16,2%. E neste início de ano, continuam a subir, estando nos 80 usd/barril e 82 usd/barril respetivamente.
Nos principais metais, o aço caiu 2,5% em 2024 e o cobre subiu 8,3%. O lítio caiu 11,8% em 2024.
O ouro valorizou-se 32,8% e a prata subiu 29,4% em 2024.
Nas commodities agrícolas, o trigo desvalorizou-se 7,5%, o milho subiu 27%, o café viu o seu preço subir 80,8% e o cacau subiu 113,1% em 2024.
Como se pode observar, o ano de 2024 registou uma maior volatilidade nos mercados financeiros. Também no ano passado, foi iniciado no 2º semestre o ciclo de descida das taxas de juro nos EUA e na Europa, após a inflação ter abrandado o seu ritmo de crescimento.
Se 2024 foi um ano positivo, o que se pode esperar de 2025?
Nas ações, assistimos a uma expansão dos múltiplos do mercado em 2024, pelo que, os resultados das empresas vão ser determinantes para a evolução das bolsas este ano. Se falharem as estimativas, os mercados irão ajustar, mas se mantiverem a boa performance, será positivo para a evolução dos mercados. Estamos atualmente a viver o início da earnings season do 4º trimestre de 2024, mas serão muito importantes os próximos 2 trimestres de resultados (primeiro e segundo trimestres de 2025).
Relativamente às yields das obrigações, estas estiveram a subir nos últimos dois meses, principalmente após a reunião da Reserva Federal Americana ocorrida no passado mês de dezembro.
Em 2025, será determinante a evolução da inflação, a postura dos bancos centrais quanto às taxas de juro e a monotorização do défice público nos EUA e em alguns países europeus, a evolução dos defaults de crédito (cartões de crédito por exemplo, que subiram bastante nos EUA em 2024), a política económica de Trump que pode dificultar a descida da inflação, o risco geopolítico (efeitos por exemplo, na subida do preço do gás natural na Europa no final de 2024), como os fatores principais.
Dificilmente 2025 será um ano com um mercado acionista pujante como foi 2024. Mas, trimestre a trimestre, teremos de acompanhar as épocas de resultados.
As grandes tecnológicas americanas que dominaram em 2023 e 2024, irão continuar a ser dominantes nas valorizações e no peso na bolsa, ou irão aparecer outras empresas do mesmo setor ou de outros setores de atividade que terão a preferência dos investidores?
O value versus growth, quem ganhará em 2025 nas preferências dos investidores?
E o imobiliário continuará a subir em Portugal, em termos das rendas e valores dos imóveis?
Estas são algumas questões que certamente nos devem fazer pensar, antes de tomarmos decisões.
Daqui a um ano, falaremos sobre elas!