A fertilidade que ainda existe no mercado de crédito

Créditos: Cedidas (Carmignac)

TRIBUNA de Marie-Anne Allier, gestora; Pierre Verlé, responsável de Crédito e gestor; e Abdelak Adjriou, gestor; Carmignac. Comentário patrocinado pela Carmignac.

Estamos a passar por uma etapa intensa de ajuste monetário. Podemos até considerar que se trata de um marco  histórico, já que os mercados obrigacionistas tiveram o pior desempenho dos últimos 100 anos. Há muitas razões para nos preocuparmos, mas, como sempre, há também grandes oportunidades de investimento.

Nestas alturas é difícil perceber se já atingimos o ponto mais baixo, se o vamos atingir na próxima semana,  ou então se está reservado só para daqui a dois meses. Porém, o crédito tem de ser avaliado a longo prazo. Embora, à primeira vista, as avaliações atuais possam não parecer muito atrativas, a verdade é que esta é uma classe de ativos com um enorme potencial se olharmos além do curto prazo.

Subida de taxas

As taxas vão continuar a subir. Há muito tempo que se mantêm artificialmente baixas graças às políticas monetárias que vinham sendo  aplicadas. Não havia medo do default. Os mercados de crédito não sabem como alocar o capital de forma eficiente. Porém, é preciso deter esse medo de perder dinheiro para o sistema funcionar.  

Embora este não seja o campo de ação de maior conforto, a subida das taxas  é o melhor fertilizante para o desempenho do crédito e há várias oportunidades de que se abrem no curto prazo. Atualmente, temos um mercado beta muito dinâmico, mas, mais importante, temos um mercado que será um terreno muito fértil em termos de seleção de títulos.

Nestes mercados, devemos fazer uma distinção entre taxas de curto e longo prazo. A curto prazo, os bancos centrais vão continuar a subir as taxas de juro. A inflação está firmemente alta. Na zona euro temos subidas de taxas de 140 pontos base até 2023. Isto provavelmente significa que para um fundo como o Carmignac Portofolio Securité,  esta é uma boa hora para reinvestir a carteira, reposicioná-la e libertá-la de algumas posições com cobertura que temos. 

Quanto às taxas de longo prazo neste setor, há mais nuances. Sabemos que as economias vão entrar em recessão e os bancos centrais a certa altura vão ter de reduzir as taxas, pelo que poderá ser um bom momento para investir.

O dólar sai vencedor

Os mercados europeus, porém, são os grandes perdedores de 2022. O dólar, pelo contrário, tem demonstrado ser a pedra basilar da economia global. É uma moeda de reserva, pelo que tem um impacto nos preços das matérias-primas, na inflação, nos resultados empresariais e também na capacidade dos estados de contrair dívidas em moeda forte. Desde o início do ano o dólar já subiu 15% face ao euro, o que por si só já é muito, porém o dólar ainda não atingiu o pico e existem três razões para isso.

A primeira é a crise energética que está a atingir fortemente a Europa. Como alternativa ao gás proveniente da Rússia, estamos a importar gás liquefeito dos EUA, o que é mais caro e afeta a balança comercial dos países europeus. Pela primeira vez desde a década de 1990, a Alemanha está a sofrer um défice comercial que pode pesar sobre o euro.  Pode também haver um problema de abastecimento de gás com a chegada do inverno. O preço do gás aumentará devido à procura, e isso poderá ter um efeito disruptivo na economia europeia e, por conseguinte, no dólar, porque a crise energética deve continuar a crescer.

A segunda razão tem que ver com o crescimento e é uma consequência da primeira. A China, um dos principais parceiros económicos, está em confinamento, o que tem um efeito sobre as exportações europeias. O crescimento está a decrescer  muito fortemente, enquanto nos EUA - que são uma economia mais fechada sobre si mesma - a economia abrandou, mas é mais resistente. Assim, em termos de crescimento vemos uma vantagem para o dólar.

Por último, temos as taxas reais. As taxas de juro são muito mais altas do que na Europa, mas isso é uma das grandes causas da inflação. A Fed quer manter a inflação subjacente baixa. Na Europa, porém, a  inflação está a ser impulsionada pelos preços das matérias-primas. A inflação é, de facto, um fator determinante na avaliação das moedas e, mais uma vez, o dólar tem vantagem sobre o euro. 

O que pode mudar este cenário?

Em primeiro lugar, para vermos uma mudança no cenário atual, os preços do gás e da energia teriam de cair e, para isso, a guerra na Ucrânia teria de terminar. Por enquanto, dado o antagonismo entre as duas partes, um cessar-fogo não deverá estar para breve.

Além disso, a inflação teria de cair muito rapidamente e a Fed teria de mudar a sua postura. Mas antes de a inflação diminuir, o crescimento dos salários e o mercado de trabalho nos EUA teria de se deteriorar rapidamente. Há alguns sinais a despertar, mas não são suficientes para uma mudança de paradigma na natureza da inflação nos EUA.


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