A seleção bottom-up não é suficiente nos mercados emergentes; a seleção do país também conta

Steve Sun. Morgan Stanley IM
Steve Sun. Créditos: cedida (Morgan Stanley IM)

TRIBUNA de Steve Sun, especialista sénior na Morgan Stanley IM. Comentário patrocinado pela Morgan Stanley IM.

Estou aqui no Extremo Oriente, mais concretamente em Singapura, porque queremos estar atentos ao que se passa nos mercados desta região. É muito mais difícil acompanhar estes mercados a partir de, por exemplo, Londres, Paris ou Frankfurt. Aqui, tudo acontece também com grande rapidez e é importante criar uma rede local. Neste sentido, Singapura é um ponto de partida ideal. A realidade é que a Ásia representa uma grande parte do universo dos mercados emergentes e suspeitamos que a sua quota-parte só irá aumentar no futuro.

Mercados emergentes 

Nos últimos 12 ou 13 anos, os países emergentes registaram um desempenho menos positivo que o dos países desenvolvidos. Steve Sun acha que parte disso se deve ao facto de os países emergentes terem tido um desempenho significativamente melhor do que o do mercado dos EUA de 2000 a 2010. Creio que as pessoas se esqueceram, devido aos acontecimentos recentes, que o S&P 500 teve um retorno negativo num período de dez anos, de 2000 a 2010. Portanto, o bom desempenho registado pelos países emergentes é bastante significativo. Nos últimos dez anos, a situação inverteu-se um pouco. Mas estamos a chegar a um ponto em que o peso relativo está a tornar-se novamente interessante. Isto é representativo de oportunidades para os investidores nestes mercados.

Volatilidade do mercado a nível geopolítico é inerente aos mercados emergentes 

Irá a instabilidade no Médio Oriente afetar os mercados emergentes? Podem dar a volta à questão como pretenderem, mas a economia mundial continua a depender do petróleo, apesar de todos os esforços no sentido da ecologização e da sustentabilidade. Enquanto investidor em países emergentes, há que ter isto em conta, pois trata-se de um risco financeiro e de sustentabilidade. O preço do petróleo e as suas flutuações determinam o bem-estar dos países do Médio Oriente e, consequentemente, os preços das ações.

O Estreito de Malaca é a rota de transporte marítimo mais movimentada e também a principal rota de transporte de petróleo para a Ásia a partir do Golfo Pérsico. A China importa a maior parte do seu petróleo por esta via. É aí que está o busílis da questão. O Canal Philip em Singapura tem apenas 2,8 km de largura e os norte-americanos poderiam fechá-lo e prejudicar gravemente a economia chinesa. Por conseguinte, é essencial ter em conta os riscos geopolíticos.

Países como a Índia importam toda a sua energia. A Coreia do Sul também importa muita energia e a China continua a depender dos combustíveis fósseis para estimular o crescimento. "A volatilidade do mercado a nível geopolítico é, na minha opinião, inerente aos mercados emergentes". Quando se tem um universo de investimento de 24 países à escolha, existe sempre algo a acontecer nalgum lugar do mundo. Os clientes estão concentrados no que se passa na China e em Taiwan, mas pouco se fala da Coreia do Norte, que continua a lançar mísseis. Acompanhamos não só as questões macroeconómicas, mas também os fatores políticos da região.

Os setores a ter em conta

Estamos a olhar para empresas que beneficiem de um crescimento estrutural. E quando se fala de histórias de crescimento estrutural nos mercados emergentes, pensamos imediatamente nos consumidores. Por exemplo, a inclusão de pessoas nos países da América Latina que anteriormente não tinham acesso ao sistema bancário. O Brasil beneficiou muito com isso. Os serviços financeiros e os bancos fazem parte da temática alargada em que investimos.

E a outra área que estamos a analisar é a focalização crescente na sustentabilidade e nas empresas que beneficiam desta mudança, como é o caso dos fabricantes de veículos elétricos, bem como algumas matérias-primas como o cobre. E, claro, a ascensão da IA.

A importância de estar presente na região

Sim, porque a seleção de países continua a ser muito importante. Somos muito pró-ativos na tomada dessas decisões de escolher os países. Tudo passa por ciclos e é importante pensar a longo prazo. É por isso que muitos dos nossos gestores de carteiras trabalham há mais de vinte anos na mesma equipa. E considero importante ter esse horizonte a longo trecho, empregar esses recursos e sentir o que se passa no terreno.

Atuais convicções mais fortes

Se olharmos para a nossa estratégia principal, temos os nossos maiores pesos em países como a Índia e a China. Assim, no que respeita aos serviços financeiros na Índia, alguns dos maiores bancos continuam a ser muito interessantes. No Norte da Ásia, estamos a analisar as empresas de semicondutores que fabricam microchips que impulsionam as nossas economias. A nossa estratégia mais centrada nos mercados emergentes, com fortes convicções, também beneficiou da ascensão de uma das maiores empresas de comércio eletrónico da América Latina. E, mais recentemente, um neobanco digital sediado na América Latina que tem vindo a crescer, não só no Brasil como também na Colômbia e no México, ganhando quota de mercado a empresas estabelecidas. Encontramos isso tanto na nossa estratégia de base como nas nossas estratégias de grande convicção.


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