A transição energética e o investimento com impacto climático e financeiro

Clet-Messadi__Christine_KJI3643
-

(TRIBUNA de Christine Clet-Messadi, Gestora de Portefólio (PM), da Allianz Global Investors. Comentário pela Allianz Global Investors.)

As alterações climáticas são, muito provavelmente, o desafio do século... também em termos de investimento. No mínimo, é uma das megatendências que moldam o futuro não apenas do planeta, mas, em última análise, da humanidade. O aumento das catástrofes relacionadas com o clima e as inúmeras projeções alarmantes sobre as mudanças climáticas têm levado governos, reguladores, associações e empresas a tomar medidas para combatê-las ou retardá-las.

Sem dúvida, o aquecimento global é uma questão premente de desenvolvimento sustentável, com um potencial (cada vez mais claro e definitivo) de impacto sobre os modelos económicos, o crescimento e os perfis de risco das empresas em diferentes indústrias e setores. Apresenta, em simultâneo, um potencial de criar oportunidades de investimento a médio e longo-prazo.

Quando falamos em impacto sobre o clima, fazêmo-lo tendo por base critérios específicos e consequentes. O rótulo ‘Impacto’ é usado nos casos em que um veículo coletivo de investimento tem por objetivo atingir um resultado climático positivo, sendo os quatro critérios necessários que o definem: (i) intencionalidade – de gerar impacto ambiental e rendimentos financeiros positivos; (ii) causalidade – entre o investimento e o impacto associado gerado; (iii) mensurabilidade – assente no esforço; e (iv) validação – do impacto efetivamente gerado.

Os investidores encontram-se, hoje, na vanguarda de um ambiente regulatório e de negócios em mudança, em que a transição para uma economia de baixo carbono, a que chamamos de transição climática, está a tornar-se uma imposição do mercado e do próprio planeta. Aliás, importa sublinhar que, em 2017, os novos investimentos em capacidade de energias limpas cresceram duas vezes mais rápido do que em combustíveis fósseis, para mais de 270 milhares de milhões de dólares[1] (o equivalente a cerca de 245 milhares de milhões de euros).

A transição climática é, em concreto, o processo pelo qual as metas, as políticas e/ou as estratégias são definidas pelos diferentes stakeholders, a fim de reduzir estrutural e radicalmente o consumo de energia e limitar as emissões de gases com efeito-estufa dos meios de produção, para, finalmente, alcançar uma economia de baixo carbono.

Deve investir em soluções e fundos de impacto como o Allianz Climate Transition, pois: (i) não há alternativa à transição climática e esta é uma solução capaz de gerar alfa, que incentiva ativamente as empresas europeias comprometidas com o clima; (ii) consegue identificar e selecionar os melhores "perfis climáticos", já que este fundo investe em empresas que se enquadram em pelo menos um dos três perfis climáticos Melhor solução, Melhor esforço ou Melhor desempenho; e, finalmente, (iii) apresenta uma abordagem holística de impacto, em que os fatores sociais (S) e de governança (G) são tão importantes como os ambientais (E).

Enquanto gestores ativos, consideramos que é nosso dever financeiro estarmos envolvidos e incentivar ativamente as empresas comprometidas com uma genuína transição energética. E o Allianz Climate Transition – que apresenta, entre outras oportunidades, um alto potencial de rendimento, uma ampla diversificação ou ganhos cambiais potenciais com classes de ações não cobertas contra a moeda do investidor – procura isso mesmo: gerar um desempenho financeiro e um impacto climático positivo, investindo em empresas cotadas na Europa que fornecem soluções para as alterações climáticas e/ou fazem parte da transição climática.


[1] Fonte: McKinsey Global Institute e BNEF, 2018.