TRIBUNA de James Barrineau, responsável de dívida emergente da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders.
TRIBUNA de James Barrineau, responsável de dívida emergente da Schroders. Comentário patrocinado pela Schroders.
Depois de uma semana de mudanças significativas, a Argentina pode estar no início do caminho para a recuperação. Acreditamos que a substituição do responsável do banco central e o anúncio de um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional trazem alguma luz sobre a economia do país.
A credibilidade do banco central argentino foi prejudicada devido às suas tentativas contínuas de controlar os mercados de câmbios e parar a volatilidade crescente através de medidas que apenas originaram uma perda de reservas. Os objetivos de inflação também pareciam inalcançáveis. Não obstante, nem tudo é cinzento no horizonte. O novo líder do banco central conta com a vantagem de ter trabalhado com o Ministro das Finanças, pelo que a coordenação entre ambos irá facilitar uma melhoria das políticas atuais. Além disso, o acordo revisto do FMI estende a envergadura do pacote para 57.000 milhões de dólares e adianta a sua concessão, o que permite ao país manter-se na margem dos mercados de emissão de dívida durante 2019. Este facto apenas deverá melhorar a confiança entre os investidores na dívida denominada em dólares.
Apesar disso, devemos ser cautelosos, uma vez que os desafios permanecem. O apoio político de Mauricio Macri necessita de se prolongar até pelo menos às próximas eleições, que terão lugar nos finais de 2019, e os investidores deverão conservar também a esperança de que o crescimento tocou no fundo na altura das votações, com o objetivo de permitir ao presidente ganhar um segundo mandato.
Também permanecemos atentos ao endurecimento por parte da Reserva Federal da sua política monetária num contexto de fortalecimento da economia e aumento da inflação. A redução da liquidez afetou as divisas e as obrigações emergentes, e os países que têm necessidades marcadas de financiamento estrangeiro registaram uma volatilidade extrema. Esta volatilidade pode apresentar janelas atrativas de oportunidades.
A clareza adicional que os acontecimentos recentes das últimas semanas concederam deverão melhorar a confiança dos investidores no mercado, sobretudo quando a Argentina continua a ser bastante mais barata do que o resto da dívida soberana denominada em dólares dentro do universo emergente.
