Chart of the Week - Cortar ou não cortar? Eis a questão…

Margarida Gonçalves. Créditos: Vitor Duarte

O Chart of the Week é da autoria de Margarida Gonçalves, analista financeira no Private Banking do BPI.

Com a inflação nos Estados Unidos a atingir claramente uma rota descendente consistente desde meados de 2022, depois de ter largamente ultrapassado as previsões do banco central quer em termos de valores, quer em termos de duração, a questão que cada vez mais atormenta os investidores continua a ser o curso da política monetária

Por um lado, Jerome Powell, presidente da Reserva Federal anunciou na última reunião um aumento das taxas de juro em 25 bps, para o intervalo entre 5% e 5.25%, mas sinalizou que este aumento poderá ter sido o último deste ciclo e que as taxas se deverão manter nestes níveis por um período alargado de tempo, estando os primeiros cortes previstos apenas para 2024.

A autoridade monetária está confiante que a economia norte-americana se encontra suficientemente resiliente para evitar uma recessão, pelo que não vê necessidade em inverter o curso da política monetária. Após ter inicialmente considerado o tema da inflação temporário e ter demorado a reagir, a Reserva Federal parece preferir agir por excesso do que voltar a errar.

Já os investidores receiam que os recentes episódios no setor financeiro possam ter um impacto maior que o esperado e, apesar das prontas intervenções das autoridades e das diferenças face à crise financeira de 2008, sobretudo na solidez do sistema financeiro, descontam cortes de taxa ainda em 2023. 

Quem terá razão?