O Chart of the Week é da autoria de Pedro Guedes, consultor financeiro no Banco Best.
Creio que será compreensível que este gráfico seja considerado, na modesta opinião do autor desta análise, como o mais relevante da semana.
Efetivamente, foi esta a semana que viu concretizar-se a expectativa, mantida durante os últimos anos, de que a paridade EUR/USD não seria uma questão de se, mas sim de quando.
Quase 20 anos após a última vez que EUR e USD estiveram a par (dezembro de 2002), e após vários anos de enorme força relativa da moeda única europeia, que chegou a valer uns assombrosos 60% mais do que o USD (abril e julho de 2008), eis que, finalmente, a recuperação da divisa americana regista o marco histórico do regresso à igualdade de valor com o EUR.
Poderíamos alongar-nos na análise dos motivos mais evidentes para esta situação de significativa força relativa do USD, mas isso já tem sido feito recentemente, sendo redundante tentar repetir ou mesmo adicionar ideias.
Poderíamos também especular sobre o que virá a seguir (se uma recuperação do EUR após atingida esta significativa marca psicológica - quiçá um suporte; se uma rápida descida abaixo dos 1.00 que assinale a continuação da força relativa do USD - aparentemente imparável).
Creio, porém, que qualquer comentário adicional ou qualquer conjetura serão algo vazios de efeito prático, dadas as inúmeras incertezas inerentes ao atual momento da economia mundial.
Assim, proponho uma abordagem alternativa às habitualmente sofisticadas e aprofundadas análises técnicas ou fundamentais, sugerindo o mero e singelo registo, na nossa memória coletiva e profissional, desta 2.ª semana do 2.º semestre do 22.º ano após o fim do 2.º milénio (os aficionados das curiosidades numéricas estarão a esboçar um ligeiro sorriso…), como sendo aquela em que as duas maiores moedas do sistema financeiro mundial voltaram a ter exatamente o mesmo valor, duas décadas volvidas desde a última vez (sorriso bem aberto agora).
Será um facto interessante a registar nas nossas memórias, quiçá mesmo uma efeméride, que certamente recordaremos doravante com algum agrado ou talvez nostalgia - quer quem já estava nesta atividade aquando da anterior situação de paridade, quer quem presencia agora, pela 1.ª vez, talvez com alguma surpresa, esta (para si) inédita igualdade entre as duas maiores moedas do Atlântico Norte.
É uma semana que ficará certamente para a história, curiosamente num ano até aqui já bem fértil em acontecimentos geopolíticos, económicos e financeiros que variam entre o inédito, o incrível e o inesperado.
Que ano memorável está este a ser!... e ainda vamos a meio…
