André Almeida, da Santander AM, afirma que "a relação entre os resultados eleitorais e o desempenho do S&P 500 não depende apenas das afiliações políticas", existindo outros fatores que também desempenham um papel importante.
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O impacto das eleições dos Estados Unidos sobre as ações, especialmente sobre o famoso índice S&P 500, é uma questão que se tem levantado com os discursos de republicanos e democratas a reclamarem os louros das subidas. O gráfico em baixo analisa o desempenho histórico do S&P 500 no final do ano seguinte às eleições presidenciais. A análise centra-se especificamente nos períodos em que o partido no poder era democrata, uma vez que tal permite uma compreensão mais pormenorizada da potencial influência dos fatores políticos nos resultados do mercado.
Olhando para o gráfico da plataforma Macrobond, em baixo, o S&P 500 obteve rendibilidades entre 10,4% e 13,4% em média após uma vitória Democrata num segundo mandato. Este facto indica uma correlação relativamente positiva entre os democratas ganharem um segundo mandato e o desempenho do índice norte-americano. Em termos de análise e construção de carteiras, podemos supor que, cada vez que os democratas ganham um segundo mandato, há uma boa probabilidade das ações terem uma boa performance.
Inversamente, quando o Partido Republicano sai vitorioso após um primeiro mandato Democrata, o S&P 500 tende a apresentar rendibilidades de final de ano ligeiramente inferiores, variando entre 9% e 9,5%. Esta observação sugere que as vitórias dos republicanos podem estar associadas a um desempenho do mercado um pouco mais contido do que as vitórias dos democratas.
No entanto, é importante notar que a relação entre os resultados eleitorais e o desempenho do S&P 500 não depende apenas das afiliações políticas. Embora as vitórias democratas estejam geralmente correlacionadas com maiores retornos, a gama de resultados neste cenário é mais ampla e imprevisível. Isto implica que outros fatores para além da dinâmica política, como as condições económicas, os acontecimentos globais e o sentimento dos investidores, também desempenham um papel significativo na definição do desempenho do mercado durante os anos eleitorais. Este facto pode ser identificado no gráfico em baixo, onde as performances do S&P 500 no mandato de Donald Trump terem resultado em média em ganhos acima de 15% ao ano (com a exceção de 2019) enquanto as últimas performances do mandato de Barack Obama se terem fixado em próximo de 0% e num máximo de 9,5%.
Com isto vale a pena sublinhar que os padrões históricos e as correlações não garantem resultados futuros e que o desempenho do S&P 500 pode ser influenciado por uma multiplicidade de fatores complexos e interligados. Por conseguinte, os investidores são aconselhados a abordar as decisões de investimento com uma carteira bem diversificada e a considerar uma vasta gama de indicadores económicos e de mercado, para além dos resultados eleitorais, ao formularem as suas estratégias.