Segundo Pedro Faria, portfolio manager do Banco Português de Gestão, o crescimento anual dos salários no quarto trimestre de 2025 deverá situar-se em 1,5%, um recuo significativo face ao pico de 5,3% registado no último trimestre de 2024.
Registe-se em FundsPeople, a comunidade de mais de 200.000 profissionais do mundo da gestão de ativos e património. Desfrute de todos os nossos serviços exclusivos: newsletter matinal, alertas com notícias de última hora, biblioteca de revistas, especiais e livros.
Para aceder a este conteúdo
O Banco Central Europeu (BCE) tem frequentemente reiterado que a concretização da sua meta de inflação de 2% dependerá de uma moderação do crescimento salarial na região. De acordo com a última estimativa do ECB Wage Tracker, o crescimento anual dos salários no quarto trimestre de 2025 deverá situar-se em 1,5%, um recuo significativo face ao pico de 5,3% registado no último trimestre de 2024.
A moderação de salários permitirá reduzir as pressões inflacionistas provenientes do mercado de trabalho, conferindo ao BCE maior margem de manobra na definição da sua política monetária. Na conferência de imprensa que se seguiu à última reunião do Conselho de Governadores do BCE, Christine Lagarde destacou esta evolução, afirmando que "os últimos indicadores confirmam a nossa confiança de que os salários em 2025 irão abrandar".
Se esta tendência se mantiver nos próximos trimestres, o BCE poderá aprofundar a flexibilização da política monetária, recorrendo a cortes adicionais de taxas de juro de forma a mitigar os riscos de uma estagnação económica prolongada no bloco europeu. Adicionalmente, a autoridade monetária continuará a acompanhar de perto não apenas a evolução dos salários, mas também os preços no setor de serviços e as margens de lucro das empresas, fatores estes que também poderão influenciar o ritmo e extensão das medidas de política monetária ao longo de 2025.