Chart of the Week - Representação feminina nos boards das empresas aumentou em todos os índices analisados

Sofia Marques Jesus. Créditos: Vítor Duarte

Chart of the Week é da autoria de Sofia Marques Jesus, gestora da BPI Gestão de Ativos.

Nos últimos anos, o tema da diversidade de género tem ganho cada vez mais relevância entre investidores, reguladores, e outros stakeholders. Os desenvolvimentos regulatórios no setor financeiro ilustram esta tendência, com a SFDR a incluir métricas sobre disparidades salariais e diversidade de género nos indicadores dos principais impactos negativos (PIN). 

De acordo com o estudo mais recente publicado pela MSCI sobre mulheres em cargos de direção, em 2023, a representação feminina nos boards das empresas aumentou em todos os índices analisados, destacando-se a tendência de crescimento nesta métrica. As empresas de grande e média capitalização nas geografias desenvolvidas continuaram a liderar, com 32.9% dos lugares ocupados por mulheres, em comparação com os 17.1% verificados nas geografias emergentes.   

Apesar de existirem progressos notórios em matéria de igualdade de género, as disparidades económicas persistem a nível global. Um dos principais desafios para alcançar a igualdade de género até 2030 é a falta de financiamento, e fechar esta lacuna pode trazer benefícios para a economia global. As Nações Unidas estimam que são necessários 6,4 biliões de dólares anualmente para atingir objetivos de igualdade de género, incluindo o combate à pobreza e à fome, e o apoio para que as mulheres sejam participantes ativas na sociedade até 2030.  

Investir nas mulheres para aumentar a sua participação laboral pode também traduzir-se em ganhos económicos para as empresas. Um estudo recentemente divulgado pela BlackRock, conclui que as empresas com maior diversidade superaram os seus pares em rácio de retorno sobre ativos (ROA) em média 29% anualmente (2013-2022) e que, na mesma métrica as empresas do MSCI World com mulheres CEO superaram as dirigidas por homens (2014-2022). Outros dados relevantes indicam que entre os hedge funds geridos por apenas um indivíduo, aqueles que são detidos ou geridos por mulheres bateram a média em 10,5% nos últimos 16 anos, e que as startups fundadas por mulheres verificaram um retorno sobre o capital investido superior.