Diogo Gomes apresenta as reflexões da UBS AM acerca do mercado de ações chinesas e as suas perspetivas otimistas com as políticas monetárias adotadas pelo governo. Comentário patrocinado pela UBS AM.
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TRIBUNA de Diogo Gomes, CRM sénior na UBS AM. Comentário patrocinado pela UBS AM.
Qual é o impacto real do investimento estrangeiro num país como a China?
Quando se fala em investir na China, a palavra cautela muitas vezes está em mente. Muitos investidores em todo o mundo questionam-se sobre o porquê de investir na China, após uma correção de três anos e num contexto de incerteza económica e de tensões geopolíticas. Estas dúvidas refletem-se numa queda do mercado de ações, uma vez que o peso da China nas carteiras globais caiu para os níveis mais baixos dos últimos anos (fonte: EPFR).
Mas talvez o mais inesperado seja o investimento direto estrangeiro (IDE) ter registado um défice trimestral em 2023 pela primeira vez desde que os registos começaram em 1998.
De acordo com os dados da balança de pagamentos da Administração Estatal de Câmbio (SAFE), o passivo de investimento direto da China, uma medida ampla do investimento estrangeiro direto, aumentou 33 biliões de dólares americanos em 2023. Trata-se de uma queda drástica em relação aos 180 biliões de dólares de 2022 e completamente ofuscada pelo recorde histórico de 2021, de 344 biliões.
Figura 1: o investimento direto estrangeiro na China caiu acentuadamente
Esta tendência decrescente do investimento estrangeiro nos últimos anos levanta muitas questões. Estarão realmente os investidores globais a abandonar a China? A China pode conter esta saída de capital?
Em vez de assumirmos apressadamente o pressuposto e uma China em declínio, olhamos para além dos títulos das notícias com a intenção de questionar os muitos mitos e equívocos em torno da China. Mais concretamente, analisamos até que ponto tal prejudica realmente o país e para onde as tendências podem estar a encaminhar-se. Aqui estão algumas das nossas reflexões.
O capital estrangeiro vai regressar?
É difícil prever se, e quando, o investimento direto estrangeiro vai regressar, mas alguns dos fatores imediatos que levaram à recessão do ano passado parecem estar a mudar.
Em particular, o contexto regulatório da China tem mudado à medida que o governo adota uma postura mais favorável ao crescimento com a política fiscal e monetária. Esta reviravolta pode parecer lenta e levará tempo, mas deverá conduzir a uma possível recuperação da economia e dos mercados e, em última análise, do investimento estrangeiro.
A relação entre a China e os EUA está menos tensa desde o ano passado. Qualquer passo no sentido da estabilização é bom para os investimentos transfronteiriços. Mais importante ainda, à medida que a Reserva Federal tem aumentado as taxas de juro base para o nível mais alto em 22 anos, a taxa sem risco mais do que duplicou em relação ao nível de 2022. No entanto, é provável que essas circunstâncias mudem em breve, o que significa que o perfil de risco/retorno do investimento direto estrangeiro pode melhorar novamente.
Figura 2: Principais fontes de investimento direto estrangeiro para a China, 2022 vs. 2021
Figura 3: Os países do Conselho de Cooperação do Golfo vão investir mais na China?
Qual é o impacto real?
O impacto das saídas de investimento direto estrangeiro no crescimento económico da China é pequeno, representando menos de 5% do investimento total do país. Com um sistema bancário bem desenvolvido e relativamente fechado, a China não depende de liquidez externa para financiar o seu desenvolvimento.
Além disso, a ligação mais ampla entre o investimento direto estrangeiro e o crescimento económico é complicada e difícil de determinar. Não há dúvida de que o investimento direto estrangeiro pode contribuir para o crescimento, mas não é uma panaceia. Muitas vezes elogiado pelos decisores políticos, é visto como uma medida importante do sucesso económico e político, e é amplamente divulgado nos meios de comunicação social. No entanto, trabalhos académicos recentes têm questionado o impacto direto do investimento direto estrangeiro, que é considerado limitado e inconclusivo.
Mas será que o investimento direto estrangeiro é importante?
O investimento direto estrangeiro é importante por outras razões. Fornece um canal através do qual o conhecimento e a experiência da indústria internacional são partilhados com a China. O investimento estrangeiro traz melhores práticas e disciplina de mercado que podem ajudar as empresas chinesas a competir nos mercados globais. Os benefícios vão além do dinheiro.
Estamos otimistas pelo facto de o governo se estar a envolver e a tomar algumas medidas para facilitar o investimento de empresas estrangeiras na China. Teremos de esperar para ver se a confiança e o fluxo de capital recuperam.
Disclaimer
Este documento foi elaborado pela UBS AM apenas para fins informativos e comerciais.
As informações aqui contidas baseiam-se ou foram obtidas de fontes fiáveis, no entanto, não é garantido que sejam precisas ou completas. Portanto, a UBS AM não será responsável por qualquer perda que possa surgir como resultado da confiança em qualquer informação incorreta ou incompleta aqui contida.