ESG e EUA: uma relação promissora

TRIBUNA de Joakim Ahlberg, e Johan Swahn, gestores da estratégia North American Stars Equity da Nordea AM. Comentário patrocionado pela Nordea Asset Management.

Desde o lançamento do primeiro fundo STARS em 2011, a Nordea Asset Management construiu um conjunto sólido de soluções de ações e obrigações ESG. A família STARS é agora composta por 14 elementos, abrangendo ofertas globais e regionais. No final de 2018, decidimos reformular uma das nossas soluções de investimento regionais, a estratégia Nordea 1 - North American Stars Equity e adaptá-la à filosofia e processo Nordea STARS.

A categoria ESG STARS da Nordea seleciona proativamente empresas de elevada qualidade com o objetivo de identificar os vencedores de amanhã que, na nossa opinião, têm modelos de negócio sustentáveis e conduzem as suas atividades de forma responsável em relação aos stakeholders - trabalhadores, fornecedores, clientes, investidores e sociedade em geral. No decorrer desta reformulação, alinhamos a estrutura com os três objetivos STARS: investir em empresas que cumprem fortes padrões ESG, criar um impacto duradouro através da nossa alocação de capital e proporcionar alfa aos nossos clientes superando o índice de referência.

Reconhecemos a necessidade de reformulação da estratégia do fundo, uma vez que os EUA são a economia mais inovadora e flexível do mundo e que continuará a oferecer empresas excecionais para investir no longo prazo. É por isto que as ações norte-americanas continuarão a ser uma alocação fundamental na maioria das carteiras dos investidores. Alguns poderão argumentar que o mercado de ações norte-americano tem estado historicamente menos preocupado com fatores de sustentabilidade do que a Europa. Mas, ao longo da gestão deste fundo, verificámos mudanças significativas no que diz respeito à consciência ESG das empresas norte-americanas. Há cinco anos, muitas delas recusaram o nosso convite para se reunirem e falarem sobre ESG. Hoje, não só a maioria das empresas quer discutir todos os tipos de questões sobre sustentabilidade, como as equipas de gestão estão de facto a ouvir e a agir sobre as nossas propostas. Embora ainda existam alguns obstáculos, como ingerências políticas em certos estados, as equipas de gestão corporativa reconhecem cada vez a necessidade de melhorar os perfis ESG e as práticas de reporting. Estamos convencidos de que esta dinâmica irá continuar.

Para encontrar as ações mais promissoras, implementamos uma abordagem fundamental bottom-up. Embora monitorizemos constantemente o risco total da carteira, asseguramos uma forte diversificação identificando oportunidades interessantes em dois tipos de ações.

No primeiro grupo, estão as que chamamos Moat and Tailwind, que constituem cerca de 70% da carteira. Antes de investir, analisamos a posição estratégica das empresas. Acreditamos que as empresas com uma exposição positiva a fatores externos (tailwinds) e com vantagens competitivas sustentáveis (wide moats) têm uma melhor oportunidade de manter fluxos de caixa estáveis, atingir um crescimento mais forte no longo prazo e apresentar retornos ajustados ao risco mais elevados.

Os restantes 30% da carteira estão alocados ao que chamamos Expectation Gaps. Estas são as ações sobre as quais temos uma visão materialmente diferente da do mercado. Trata-se muitas vezes de um trabalho de investigação mais intensivo, exigindo um processo de diligência exaustiva antes de assumir uma posição. No entanto, este esforço pode proporcionar uma vantagem muito atrativa¹.

Como uma componente integrada no processo de investimento de todos os produtos ESG STARS, a nossa equipa independente e experiente de Investimento Responsável realiza uma análise ESG exaustiva. A análise é realizada de forma bottom-up e centra-se na maneira como a empresa opera com os seus stakeholders, particularmente em áreas de potencial conflito. Para cada setor, identificamos as questões ESG mais significativas e estas são incluídas na nossa avaliação final. Estes dados são usados para formular a nossa própria visão da empresa, o que significa que não estamos vinculados a quaisquer avaliações ESG externas.  

É evidente que temos de ver tudo isto num contexto de aumento significativo da volatilidade do mercado nos últimos meses. Embora a nossa visão geral a longo prazo das ações norte-americanas continue otimista, tem sido prudente ser ligeiramente defensivo e concentrarmo-nos em ações de maior qualidade durante este período volátil. No entanto, como investidores bottom-up, pretendemos gerar o nosso alfa através da seleção de ações, razão pela qual estarmos constantemente a tentar aproveitar as oscilações do mercado a curto prazo. No longo prazo, vale definitivamente a pena mencionar o significativo impulso das despesas verdes nos EUA, como os 370 mil milhões de dólares de investimento relacionado com o clima no âmbito da Lei da Redução da Inflação da administração Biden.

Há empresas que irão beneficiar desta revolução verde nos EUA. Uma das ações em que estamos otimistas é a NextEra Energy, que é um dos maiores investidores americanos em infraestruturas e o maior produtor de energia renovável nos EUA. Uma vez que a produção de energia é responsável por mais de 70% das emissões globais de gases com efeito de estufa, a descarbonização do setor é essencial para as nossas ambições de zero emissões líquidas. A NextEra - que produz eletricidade a partir de energia eólica, solar e gás natural - tem uma das empresas de utilidade pública de maior qualidade do país inteiro, a filial Florida Power & Light. De forma geral, estamos confiantes quanto à capacidade de energia solar da empresa.

¹ Não há nenhuma garantia de que o objetivo de investimento, o retorno alvo e os resultados de um investimento sejam atingidos. O valor do seu investimento pode subir ou descer e poderá perder uma parte ou a totalidade do seu dinheiro investido.

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