Esta semana vou estar de olho... na China e outro nos Bancos Centrais Nórdicos

Manuel_Puerta_da_Costa
Nuno Coimbra

(O contributo desta semana é da autoria de Manuel Puerta da Costa, presidente da direção da APAF- Associação Portuguesa de Analistas Financeiros-.)

Esta semana, vai ser difícil deixar de estar com um olho na China e outro nos Bancos Centrais Nórdicos. De facto, ao longo das últimas semanas, os mercados e a opinião pública, em geral tem sido inundados com notícias acerca da evolução do CoronaVirus, uma estirpe de vírus vindo da cidade de Wuhan na China, supostamente originário de experiências com morcegos, altamente contagiosa por várias vias, perigosa por não serem detetáveis sintomas antes de um longo período de incubação, mas com uma taxa de mortalidade relativamente baixa (3%) quando comparada com a gripe das Aves (SARS) ou episódios de Ebola passados. O anúncio da NIKE nesta semana de que as suas contas trimestrais seriam “materialmente afetadas” e o anúncio da FiatChrysler de que teriam que fechar fábricas por falta de certos componentes, mostram apenas dois exemplos do que está em causa quando cerca de 31.500 pessoas (Fonte: www.ecdc.europa.eu) se encontram infetadas sendo a esmagadora maioria na China com 638 falecimentos, desde 31de dezembro de 2019. Parece que esta situação ainda não atingiu um ponto de pânico nos mercados (caso viesse a haver uma pandemia, por exemplo), que normalmente tem sinalizado um bom momento de entrada neste longo ciclo da Economia Mundial. Na próxima semana teremos também vários anúncios de Bancos Centrais (Suécia e Nova Zelândia no dia 12 de fevereiro e Noruega no dia 13 de fevereiro), vistos como secundários no atual contexto de “dinheiro barato”, mas que poderão dar sinais da determinação destes BC em assumir uma postura mais acomodatícia em face dos desenvolvimentos recentes antes relatados. Por último ainda teremos que ter um olhar atento às eleições primárias democratas do New Hampshire (USA) para ver quem poderá vir a ganhar destaque nas hostes democratas, depois do Presidente Republicano Trump ter sido o mais beneficiado da confusão gerada com a divulgação de resultados do Caucus do Iowa.