Esta semana vou estar de olho... na evolução da propagação do corona vírus e nas primárias dos EUA

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Cedida

(O contributo desta semana é da autoria de Eduardo Monteiro, responsável de Gestão de Carteiras – Segmento Alto, da BPI Gestão de Activos)

Esta semana vai ser importante monitorizar a evolução da propagação do corona vírus fora da China. Se é verdade que o vírus aparenta estar em clara desaceleração na China, quer seja na região de Hubei quer seja fora desta região, no resto do mundo o número de casos não apresenta a mesma tendência. Na passada semana, observou-se uma forte subida dos casos confirmados na Coreia do Sul, o que reavivou o potencial de pandemia deste novo vírus. No entanto, importa realçar que, quando existem poucos casos confirmados (<200) num determinado país, este valor poderá ter saltos discretos com o aparecimento de focos isolados em determinadas áreas do país, não sendo a taxa de crescimento diária uma boa indicação sobre a futura evolução do ritmo de propagação do vírus. Do lado positivo, vale a pena realçar que os dois países mais afetados, China e Singapura, já observam o stock de pessoas em quarentena em queda, o que demonstra que a quarentena é um meio muito eficaz na contenção deste vírus.

Apesar de eficiente, a quarentena irá ter um impacto económico forte na região asiática. Atualmente o mercado está a interpretar este problema como um “sunk cost”, não hipotecando a recuperação industrial que estava em curso antes do aparecimento do corona vírus. A este nível, importa monitorizar a recuperação dos indicadores de atividade económica de elevada frequência na China (consumo diário de carvão, tráfego diário de passageiros, tráfego diário de mercadorias,…) para avaliar a intensidade do retorno à normalidade na segunda maior economia do mundo.

Por último, no sábado de 29 de fevereiro, iremos ter as primárias dos EUA na Carolina do Sul, as quais poderão ser decisivas na eventual desistência de Joe Biden em favor de Michael Bloomberg. Para Joe Biden se manter na corrida para a nomeação de candidato a presidente do partido democrata, será necessário conseguir uma vitória clara neste estado. Embora a materialização deste cenário tenha sido dada quase como certa devido à ausência de Michael Bloomberg (do mesmo espectro eleitoral) que apenas irá a votos a partir de 3 de março na chamada Super Tuesday, com a ascensão do socialista Bernie Sanders este é um cenário que se torna cada vez menos provável.