O Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Pedro Lino, CEO da Optimize Investment Partners.
Desde 2008, altura em que se atingiu os 1,6 dólares por euro, até 2022, quando só eram necessários 0,95 dólares para comprar um euro, o dólar valorizou. Foram 14 anos que parecem ter dado a um novo ciclo, o do euro. Em termos técnicos, a tendência de descida desde 2008 está nos 1,1280, que corresponde a 61,8% do movimento de descida do euro de 2021 a 2022. Passando este nível podemos ter o euro a iniciar uma tendência de alta, que o pode levar até aos 1,27 nos próximos dois anos.
Em termos fundamentais, muito embora persista o spread de juros entre os EUA e a zona euro, a favor do dólar, que irá reduzir, o principal motivo pode estar no défice galopante de que a economia americana necessita anualmente para manter o seu crescimento. Este ano, só os juros da dívida pública irão representar mais de 20% do orçamento do governo, e nos primeiros sete meses o gasto com juros ultrapassou a despesa em educação ou saúde.
O debate acerca da sustentabilidade irá chegar aos EUA, numa altura em que ambas as candidaturas se desdobram em promessas para dar tudo e o mundo aos eleitores.
Acresce que, se no próximo ano o mundo conseguir reduzir a instabilidade geopolítica, seja no Médio Oriente, seja na Ucrânia, então a procura por dólares derivada da incerteza também irá reduzir-se. Nesse contexto, é bem possível uma desvalorização do dólar até aos 1,27.