O assunto na ordem do dia continuam a ser as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. José Valente, da equipa de gestão de ativos da CA Gest, acredita que este continua a ser um dos eventos que devem estar sob o foco dos investidores na próxima semana.
(O 'Esta semana vou estar de olho em...' desta semana é da autoria de José Valente, da equipa de gestão de ativos da Crédito Agrícola Gest)
Após uma série de eventos que sucederam nos últimos meses, os sentidos dos investidores voltaram a reagir após anos de fraca volatilidade. Em fevereiro, o ressurgimento da volatilidade que levou à liquidação de alguns fundos e ETF’s, já em maio o foco esteve sob Itália e mercados emergentes, e, por último, e na ordem do dia as guerras comerciais que vieram resfriar as expectativas de diversos agentes económicos face ao crescimento económico global.
Escalar da guerra comercial entre US e China ou o início de resolução da mesma
À medida que se agrava a disputa comercial entre US e China, outras políticas que não as comerciais poderão ser a ferramenta utilizada por parte da China para forçar o diálogo e um entendimento, visto que comercialmente a China (exporta 3x mais do que importa aos US) está sempre em desvantagem neste braço de ferro. De entre estas novas medidas de retaliação, a introdução de restrições no campo empresarial poderão estar a ser equacionadas, o que indica que podemos estar mais próximos de um entendimento de forma a evitar uma desaceleração do crescimento global.
Arranque da época de resultados
Será importante vislumbrar se as expectativas dos analistas e investidores estão em sintonia com os resultados apresentados por as empresas, principalmente num trimestre diferente do padrão de revisões em baixa que normalmente precede a época de resultados. As revisões aos resultados do trimestre foram menos evidentes, criando assim uma maior pressão em torno das actuais expectativas. Outro ponto de foco serão as mensagens de “guidance” das empresas e perceber a sua visão face às actuais guerras comerciais (nomeadamente nos autos, e de como irá afectar o seu plano de “capex”). Será interessante verificar, dentro de cada sector, se as empresas começam a denotar maior divergência nos guidances.