No seguimento das tarifas anunciadas por Donald Trump na semana passada, Bernardo Godinho está de olho na reação dos mercados e dos parceiros comerciais dos EUA.
(O "Esta semana vou estar de olho em..." é da autoria de Bernardo Godinho, head of capital markets do Banco Privado Atlântico Europa)
Uma semana depois de Jerome Powell, líder da autoridade monetária americana ter apontado para uma continuidade nas subidas das taxas de juros de um modo gradual, a Federal Reserve dos Estados Unidos publica dia 7 de março o Beige Book, um relatório qualitativo das condições da economia americana e que será uma das bases da próxima reunião da FED já no dia 21 de Março. Para já o mercado aponta para quatro subidas de taxas de juro para 2018 e duas para 2019 existindo uma expectativa em torno dos 93.4% para uma subida já na próxima reunião.
No decorrer desta semana serão também divulgados outros indicadores económicos relevantes nos E.U.A. A 5 de março, sairão novas atualizações sobre o ISM non-manufacturing (sondagens para expectativas das condições económicas para sectores não-manufactura), que se encontra em máximos desde dezembro 2004 (59.9%). A 8 de março serão divulgados os números de novos desempregados nos E.U.A, indicador com tendência contínua de queda desde 2009.
Nesta semana será importante estar de olho também no fecho dos lucros das empresas do S&P500 (484 em 499 empresas já reportaram), que para já representam um crescimento de 14.40% face ao anterior período homólogo, continuando a alimentar o atual cenário de ‘goldilocks’.
Ainda nos Estados Unidos, Donald Trump anunciou na passada 5ª feira, que iria avançar esta semana com a imposição de tarifas sobre as importações de aço e alumínio (25% e 10% respetivamente). Os mercados reagiram negativamente, em queda, espelhando receios em torno de um possíveis aumentos de inflação e subidas mais precipitadas das taxas de juro. Interessante será ver como reagem os mercados e os parceiros económicos a estas políticas protecionistas e se estas poderão ser o início de uma guerra no comércio internacional.
Na Europa, o BCE reúne a 8 de março, com novos dados de inflação a serem divulgados pela OCDE dois dias antes. Ainda assim a reunião não deverá trazer novidades quanto à mudança de política monetária, estando o BCE à espera de sinais mais consistentes da economia europeia.
Por último, durante a semana os olhos vão estar centrados nos resultados e das eleições italianas e os impactos nos mercados europeus.