Pedro Lobo, diretor de Private Banking do Bankinter Portugal, estará atento às tensões entre EUA e China, numa altura em que é decretada ordem de expulsão de operadora de telecomunicações chinesa do mercado americano.
O Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Pedro Lobo, diretor de Private Banking do Bankinter Portugal.
Voltaram as tensões entre EUA e China, desta vez precipitadas pela ordem de expulsão de operadora de telecomunicações chinesa do mercado americano. Uma unidade da China Telecom, Ltd, entre as três maiores operadoras de telecomunicações estatais da China, tem 60 dias para interromper o fornecimento de serviços nos EUA por aprovação da Comissão Federal das Comunicações, de novo sobre a argumentação da segurança nacional.
Este tema tem sido relativamente recorrente e naturalmente gera sempre preocupação nos mercados a nível mundial. A história não é recente, foi evidente durante a administração Donald Trump e tem continuidade com Joe Biden, e não se resume exclusivamente ao sector das telecomunicações uma vez que várias outras áreas de atividade estão sob o mesmo escrutínio, pelo alegado envolvimento potencial no desenvolvimento militar da China e de conduta e comunicação entre as partes.
Como expectável, do lado do Governo chinês já veio igualmente a indicação de que irá tomar medidas para proteger as suas empresas, sendo certo que não foi concretizada qualquer medida de retaliação contra empresas norte-americanas a operar na China.
Em resumo, e de forma mais abrangente, na China continuam vários temas a merecer acompanhamento:
- Desenvolvimentos Evergrande, com o pedido do Governo chinês junto do maior acionista para apoiar a solvência da Empresa com o próprio património;
- Restrições à atividade de empresas Chinesas de operarem no mercado americano;
- Escalada de tensão geopolítica com os EUA devido aos últimos desenvolvimentos de armamento chinês.
Sendo certo, no entanto, que até ao momento em larga medida o que se passa na China permanece na China, e que estes temas não têm sido encarados como um risco mais globalizado.
