(O contributo desta semana é da autoria de Raul Afonso, CFA, Chief Economist, na MFO )
Depois do pujante ano de 2019 e da boa abertura de 2020 para os mercados acionistas, os holofotes estão voltados para a época de resultados referente ao último trimestre do ano transato.
Dando uma vista de olhos à tendência histórica das empresas do S&P500 para baterem as estimativas para os resultados por ação, fica-se com a impressão que existe uma relação estreita entre a capacidade de as empresas surpreenderem pela positiva as estimativas dos analistas e o ciclo económico. Temos de remontar à grande crise financeira de 2008 para termos dados de trimestres em que a média das empresas do S&P500 apresentou lucros por ação abaixo do que os analistas previram.
Não menos importante, é a análise da percentagem das empresas que é capaz de ultrapassar as estimativas, observa-se que em alturas de inversão do ciclo económico esta percentagem diminui significativamente.
No que toca a dados mais recentes, nos primeiros 3 trimestres de 2019, em média, as empresas do S&P500 bateram as previsões dos analistas para os lucros por ação em cerca de 6%, feito que foi alcançado por mais de 75% das mesmas. Estes dados não só parecem reforçar a continuação do ciclo expansionista, como foram superiores à média dos trimestres dos últimos 10 anos, período que marcou a viragem para o ciclo atual.
Parece então importante estar de olho em mais uma época de resultados, que arrancou em tom positivo por parte do sector bancário, mas será nas próximas duas semanas que grande parte da ação se irá passar.