João Zorro, gestor da GNB Gestão de Ativos, estará atento ao comportamento das taxas de juro do tesouro alemão.
O ‘Esta semana vou estar de olho…’ é da autoria de João Zorro, gestor na GNB Gestão de Ativos.
Numa altura em que as taxas de juro norte-americanas recuperam das fortes perdas que levaram - por exemplo, as yields dos 10y de pouco mais do que 0.90% para 1.75%, e à data deste comentário, recuperam cerca de 20 bps, para 1.55% -, a yield dos 10y alemão atingiram os -0.25%, nível que tem servido de suporte, mas que está em contraciclo com o movimento norte-americano. O que se está a passar?
Muitos analistas, veem o nível justo em 0%, mas o fator BCE tem "perturbado" este género de raciocínios.
Vejo com alguma dificuldade o BCE deixar os prazos mais longos livres de repercutirem a tendência geral da subida das yields, justificada pela rapidez com que as economias têm saído da crise económica de 2020.
A pouca capacidade que o Conselho de Governadores do BCE tem tido em demonstrar uma postura firme e unida em relação a este tema também não ajuda. Teremos de ver as taxas norte-americanas a continuarem a recuperar para que as europeias consigam fugir desta recente tendência? Será que uma nova pressão nos US Treasury para perto de 2.00% conduzirá as europeias a aproximarem-se de 0%? Que impacto teria este movimento para os países como Itália e o resto dos denominados países periféricos? E já agora para os restantes ativos de risco como, por exemplo, a dívida Corporate, que transaciona a mínimos, de muitos anos, de spread para a dívida pública.