Luís Silva, data analyst da Future Proof, afirma que os dados de 14 de março "serão essenciais para os mercados criarem melhores expetativas para o futuro imediato".
O Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Luís Silva, data analyst da Future Proof.
Esta semana estarei de olho nos dados da inflação dos EUA. Neste último ano a importância de combater a inflação tem vindo a acentuar-se e já não temos qualquer dúvida sobre o que governa a política monetária da Fed.
A Reserva Federal colocou o controlo da inflação acima de qualquer outro objetivo, mesmo que isso faça a economia dos EUA incorrer numa recessão. Nem mesmo a desinflação que temos visto nos últimos meses parece estar a abrandar a Fed, tendo Powell já afirmado que se “os dados indicarem que se justifica um aperto mais rápido, estamos preparados para aumentar o ritmo das subidas de taxas”.
Os dados de terça-feira, 14 de março, serão essenciais para os mercados criarem melhores expectativas para o futuro imediato e a Fed decidir se aumenta a taxa diretora em 25 ou 50 pontos base já na próxima reunião (22 de março).
Por outro lado, as obrigações tornaram-se novamente num instrumento interessante. Obrigações de curto prazo apresentam yields impensáveis há apenas um ano, principalmente as americanas, onde as treasuries a 1 ano já se encontram com yields acima de 5%. Embora na Europa apresentem taxas mais baixas estão também a subir vertiginosamente (mesmo assim apresentam já yields acima de 3%).
Vemos assim o regresso de um instrumento essencial na construção de uma carteira de investimento e mesmo quem não tem por hábito investir em obrigações, num mundo em que o cash pague 5% vão com certeza reanalisar as suas posições.