Esta semana vou estar de olho... nos flash PMI europeus

Elisabete Pereira novobanco
Elisabete Pereira. Créditos: Vitor Duarte

Esta semana vou estar de olho... é da autoria de Elisabete Pereira, responsável da área de Investimento e Proteção do novobanco.

O fraco desempenho relativo das ações europeias face às suas congéneres norte-americanas tem sido crónico desde a Crise da Dívida Soberana, que começou a assolar a zona euro em 2011. De forma, pelo menos para nós, surpreendente, esta tendência inverteu-se em 2022, um ano em que, esperávamos que os efeitos negativos, especialmente a crise energética, provocados pela guerra na Ucrânia se fizessem sentir com mais intensidade sobre a economia europeia do que sobre a economia dos EUA.

Apesar desta inversão, a verdade é que passámos boa parte de 2022 com um posicionamento mais pessimista em relação às ações europeias do que em relação às ações norte-americanas e de mercados emergentes para as quais assumimos um posicionamento neutro. Esta sub-exposição manteve-se na entrada do ano, tal como ficou expresso nas nossas Perspetivas Económicas e de Mercados Financeiros para 2023, que divulgámos recentemente na FundsPeople.

No último Comité de Investimento do novobanco, realizado no final de janeiro, o posicionamento relativamente às Ações Europeias foi revisto para Neutral, ficando, assim, equiparado ao nosso posicionamento em Ações dos EUA e de Mercados Emergentes. Tratou-se, essencialmente, de uma decisão de equiparar o mercado acionista europeu ao dos EUA, com base nos seguintes argumentos:

  • Maior potencial de valorização na Europa (no final de 2022, o desconto do Euro STOXX 600 face ao S&P 500 atingia um valor perto de máximos históricos);
  •  O processo de revisão em baixa dos resultados das empresas é mais benigno na Europa (a banca europeia, por exemplo, está a ser particularmente beneficiada pelo aumento das taxas de juro);
  • O estilo de investimento Value e os setores defensivos têm um peso relativo mais elevado nas bolsas Europeias (uma vantagem em ambientes, respetivamente, de altas taxas de juro e de desaceleração do crescimento económico);
  • A reabertura da economia chinesa será mais benéfica para a Europa, uma vez que a sua economia é mais aberta do que a dos EUA;
  • O evitar da tão receada Crise Energética torna plausível o cenário, em que a Europa escapa a uma recessão.

Perante esta alteração no posicionamento do novobanco, é com redobrado interesse, que aguardamos a divulgação dos flash PMI europeus, na expetativa de que os mesmos mantenham a trajetória positiva revelada recentemente.