TRIBUNA de Gokce Bulut, gestor de portefólio, da BMO Global Asset Management. Comentário patrocinado pela BMO Global Asset Management.
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TRIBUNA de Gokce Bulut, gestor de portefólio, da BMO Global Asset Management. Comentário patrocinado pela BMO Global Asset Management.
Perspetivas de investimento responsável em mercados emergentes
Apenas 15% da população mundial vive em países desenvolvidos. No entanto, esses países representam mais de 40% do PIB mundial. Mas este cenário pode mudar, prevendo-se que até 2030 a classe média atinja os 5.600 milhões de pessoas, o que se traduz em 2.000 milhões de pessoas com um poder de compra acrescido, 87% das quais no continente asiático. A Índia e a China juntas vão representar cerca de 66% da classe média mundial em pouco mais de uma década.
O impacto negativo de melhorias positivas
Tendo em conta a evolução dos países desenvolvidos, sabemos que estes benefícios acarretam custos para o ambiente: continuamos a ser os principais agressores ambientais numa perspetiva per capita. O facto de a grande maioria da população mundial residir nos mercados emergentes e procurar um nível de vida superior vai, inevitavelmente, agravar a crise ambiental que enfrentamos.
Estes mercados emergentes vão exigir uma maior produção energética à medida que dela vão necessitando, o que vai levar à criação de mais centrais elétricas, alimentadas sobretudo a carvão devido à sua abundância e ao seu baixo custo de extração. E o resultado esperado será um aumento das emissões de carbono e da poluição atmosférica. Os consumidores nestes mercados também vão exigir mais fábricas, que vão produzir produtos de vida curta, criando plástico e outros tipos de resíduos prejudiciais ao ambiente.
O mundo desenvolvido não pode esperar que os mercados emergentes restrinjam as aspirações da sua classe média em troca de uma água e um ar mais limpos. É necessária uma nova abordagem para medir o progresso económico: uma abordagem que analise se as empresas fornecem produtos e serviços que melhoram a qualidade de vida de uma forma sustentável.
De olhos postos na China
A China tem feito um enorme esforço para retirar a sua população da pobreza rumo à classe média, sendo neste momento líder mundial no número de licenciados e de utilizadores da Internet e sendo clara a sua aposta no desenvolvimento de um programa espacial ambicioso.
Mas este sucesso tem um custo. O meio ambiente desta nação de 1.400 milhões de pessoas, que hoje comem três vezes mais carne do que em 1990 e consomem cinco vezes mais produtos lácteos do que em 1995, enfrenta um declínio das superfícies agrícolas: 20% do que resta está poluído e a poluição atmosférica nas cidades é visível.
Contudo, também há um grande progresso que, normalmente, não aparece nas primeiras páginas dos jornais. A China gasta três vezes mais em energias renováveis do que os EUA e é o maior investidor mundial neste setor, esperando-se que as energias renováveis representem 35% do seu mix energético até 2030, em contraste com os 12% de há apenas quatro anos atrás.
Um passo na direção certa
Outros mercados emergentes estão a investir fortemente nas energias renováveis, a banir os sacos plásticos e a implementar taxas sobre o açúcar, entre outras medidas. Essencialmente, estão a desviar os custos do setor público para o setor privado. Vemos estas medidas como positivas e procuramos que as nossas empresas se preparem para estes desafios e, se possível, que beneficiem dos mesmos.
As opiniões expressas neste artigo são da responsabilidade do autor, não coincidindo necessariamente com as da BMO Global Asset Management.
Principais riscos
O valor dos investimentos e o rendimento dos mesmos pode diminuir, assim como aumentar, devido a movimentos cambiais e de mercado e os investidores poderão não recuperar o montante total que investiram.
Os resultados anteriores não são um indicador do desempenho futuro.
Normalmente, o investimento em mercados emergentes está associado a um maior nível de risco comparativamente aos mercados desenvolvidos.
A exclusão de alguns segmentos ou empresas poderá resultar numa menor diversificação e, consequentemente, numa maior volatilidade no valor dos investimentos.