José Calheiros, diretor da Bankinter Gestão de Activos, revela as perspectivas da entidade para o segundo semestre, no qual mantêm a preferência por ações europeias ex-UK, japonesas e de mercados emergentes.
Para este segundo semestre a perspectiva para a economia Norte Americana é que esta continue robusta, beneficiando da repatriação considerável de capitais decorrente da reforma fiscal implementada. Quanto à zona euro, acreditamos na sustentabilidade da recuperação económica na Zona Euro, cujo maior desafio é a diminuição da taxa de desemprego e consequente aumento do consumo interno dos agregados familiares.
No que se refere ao Japão, esperamos a continuação do atual dinamismo de crescimento económico, nomeadamente do ritmo de exportações e do consumo interno, que têm vindo a melhorar nos últimos trimestres. A situação da China é estruturalmente diferente, uma vez que se a vertente de consumo interno é ainda, e em termos relativos, bastante débil. Por outro lado, beneficia claramente do contexto mundial de aceleração económica, pela via das exportações. Esta dinâmica aplica-se à generalidade das economias emergentes, para as quais esperamos a manutenção do ritmo atual de crescimento económico.
Quanto às perspectivas para as diferentes classes de ativos, continuamos a preferir ações a obrigações, sendo que relativamente a esta última classe de ativos só temos "olhos" para as High Yield, de forma seletiva, e Dívida de Mercados Emergentes. Do ponto de vista geográfico, o nosso posicionamento em ações é mais favorável para Europa, incluindo o Reino Unido, Japão e Mercados Emergentes, com menos ênfase em ações norte-americanas.
Os dois tipos de riscos para o segundo semestre de 2018
Na nossa perspectiva, existem dois tipos de riscos para 2018: económicos e políticos. No primeiro caso, cremos que uma aceleração súbita e acima do esperado da taxa de inflação nos EUA pode desencadear uma subida maior e mais rápida das taxas de juro, cujo impacto nos mercados de obrigações e ações seria muito negativo. No segundo caso, nomeadamente ao nível dos riscos políticos, apontamos para a indefinição política em Itália e o potencial agravemento da atual tensão comercial entre os principais bloco económicos (EUA, União Europeia, China, NAFTA), sendo este último o risco mais relevante, do ponto de vista de impacto económico a médio e longo prazo.
Estratégias recomendadas
Tendo em conta o contexto atual e futuro, recomendamos fundos mistos de gestão ativa, com peso relativamente equilibrado entre ações, obrigações e liquidez, com diversificação suficiente para permitir afrontar o atual enquadramento mais volátil dos mercados financeiros. Como os primeiros 5 meses do ano já demonstraram, só com uma alocação dinâmica entre as diferentes classes de ativos e áreas geográficas, acompanhadas de uma postura conservadora em termos de gestão de risco, se irão conseguir obter rendibilidades positivas em 2018. A gama de PPRs perfilados da Bankinter Gestão de Ativos parece-nos ser a melhor opção de investimento com eficiência fiscal para os próximos trimestres.