Investir na recuperação da China

Juliana Hansveden_Nordea AM_noticia
Créditos: Cedida (Nordea AM)

TRIBUNA de Juliana Hansveden, gestora da Nordea Emerging Stars Equity Strategy, Nordea AM. Comentário patrocinado pela Nordea AM.

A economia chinesa continua a sua recuperação e com perspetivas promissoras para 2021  suportadas pelo forte consumo. Juliana Hansveden, analisa o investimento neste importante mercado emergente.

Na Nordea AM, procuramos investir em empresas de qualidade, com forte governança corporativa, um forte potencial de crescimento e a desconto em relação ao seu valor de mercado. Ao aplicarmos o nosso processo de investimento ao segmento tecnológico Chinês, identificamos várias oportunidades interessantes no que respeita a empresas de software as a service (SaaS) baseadas na nuvem (cloud), empresas de design de semicondutores e de comércio eletrónico. Existem vários motivos que explicam o porquê de estes subsetores se tornarem mais atrativos.

O SaaS é um negócio recorrente, o que implica que o fluxo de receitas será mais previsível e o negócio de carácter menos cíclico. O mercado de SaaS baseado na nuvem está consideravelmente sub ponderado, uma vez que o gasto das empresas chinesas em software constitui apenas uma fração comparado ao das economias dos mercados desenvolvidos. O segmento de design de semicondutores, tornou-se atrativo pelo esforço importante por parte da China em desenvolver soluções ao nível local e reduzir a sua dependência face à tecnologia Norte Americana. A guerra comercial entre os EUA e o gigante asiático veio acelerar ainda mais esta tendência. Já o comércio eletrónico, constitui um segmento promissor, ao albergar empresas líder com plataformas de grande envergadura capazes de  gerar um valor considerável para os acionistas.

A China apresenta um reduzido gasto total per capita na área da saúde, com uma população em envelhecimento e uma queda nas taxas de fertilidade, ao qual se pode somar o facto de aproximadamente 40% da população habitar em zonas rurais onde a oferta de serviços de cuidados de saúde é escassa. Segundo um estudo da Frost & Sullivan, o tempo médio para um paciente receber cuidados médicos, incluindo o tempo de deslocação e espera, é de três horas, enquanto o tempo médio para receber um diagnóstico efetivo é de apenas oito minutos. Atualmente, investimos na Ping An Good Doctor, uma empresa de consultas médicas online que aborda estes problemas. Além disso, procuramos ideias no segmento de equipamentos médicos, pois estas empresas têm uma menor pressão de preços comparadas às empresas do sector farmacêutico. Estes sectores apresentam um elevado nível de atividade, já que as empresas chinesas não poupam esforços no momento de impulsionar o seu valor, bem como o nível de Investigação e Desenvolvimento (I&D) e se substituírem aos concorrentes estrangeiros.

Inovação e riscos

A economia chinesa está a deixar para trás um modelo de crescimento económico baseado nas exportações e nos investimentos, e o governo está a promover o consumo interno e a inovação. Para que esta estratégia tenha sucesso, é necessário que os direitos de propriedade intelectual se apliquem em todo o país e um sistema judicial que contribua no mesmo sentido. Muitas vezes, o problema passa pela aplicação deficiente da legislação vigente. Uma das exigências dos EUA durante a disputa comercial com a China, é que o país asiático ponha fim às transferências forçadas de tecnologia. Além disso, o gigante asiático deve também alocar o capital humano e financeiro de forma mais eficiente, deixando as forças de mercado serem as impulsionadoras da inovação. Torna-se assim necessário que o país reforme as suas empresas públicas e fomente o desenvolvimento das PMEs; os impactos ambientais devem ser reduzidos e a concorrência interna estimulada.

À medida que a população da chinesa caminha para o envelhecimento, o país deve iniciar  reformas e inovar para colmatar os efeitos negativos da deterioração das suas tendências demográficas. Não é evidente se os  atuais lideres estão dispostos a adotar as medidas necessárias, dado o possível efeito de debilitação de algumas das ferramentas políticas do Governo, incluindo as empresas públicas. No ano passado, a China esperava um crescimento na ordem dos 1,5% (segundo as estimativas do Banco Mundial), representando o ritmo de crescimento mais lento desde a década de 1970, quando o país começou a abrir-se ao resto do mundo. Os trabalhadores imigrantes e os que trabalham no setor de emprego informal são os mais prejudicados. O contrato social chinês, que sacrifica as liberdades individuais, mas promete desenvolvimento económico, vê-se submetido a uma dura prova nesta conjuntura de debilidade económica. Assim, podemos vir a assistir a amostras de mal-estar social a menos que o governo chinês consiga voltar a situar a sua economia no caminho do crescimento. Por último, as tensões com os EUA não se apresentam favoráveis para a China, tendo em conta que o gigante asiático precisa de ter acesso à tecnologia americana para impulsionar a sua própria produtividade no longo prazo.

Disclaimer:

Nordea Asset Management é o nome funcional do negócio de gestão de ativos conduzido pelas seguintes entidades legais: Nordea Investment Funds S.A. e Nordea Investment Management AB (“as Entidades Legais”) e as suas sucursais, subsidiárias e escritórios de representação. Este documento tem o objetivo de prover o leitor com informação sobre as capacidades específicas da Nordea. Este documento (ou qualquer visão ou opinião expressa no mesmo) não representa um conselho de investimento nem uma recomendação de qualquer produto financeiro, estrutura de investimento ou instrumento, para entrar ou sair de certa operação ou para participar em qualquer estratégia de trading. Tal só poderá ser feito através de um Offering Memorandum, ou através de um contrato similar. O presente documento não poderá ser reproduzido ou divulgado sem autorização prévia. © As Entidades Legais aderentes à Nordea Asset Management e todas as suas sucursais, subsidiárias e escritórios de representação.