Luís Andrade está de olho nas tarifas recentemente impostas por Trump às importações de aço e alumínio da UE, México e Canadá, que renovam os receios de uma guerra comercial.
(O Esta semana vou estar de olho em... desta semana é da autoria de Luís Andrade, selecionador de fundos da IMGA)
A Administração Trump anunciou a imposição de tarifas sobre as importações de aço e alumínio da UE, México e Canadá, suspendendo o regime de exceção temporário que beneficiaram desde a sua introdução em março de 2018.
A UE já sinalizou uma retaliação a esta decisão pelos EUA, devendo introduzir tarifas sobre importações de bens norte-americanos num montante de $4 mil milhões, devendo ainda avançar para uma petição na Organização Mundial de Comércio para a imposição de tarifas adicionais sobre as exportações dos EUA.
A remoção do regime de isenção ao Canadá e ao México envolve-se de incerteza, podendo significar pressão adicional no processo negocial no âmbito da NAFTA (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) e potencialmente um escalar da tensão entre os EUA e dois dos seus principais parceiros comerciais.
Uma vez que as exportações dos EUA para estas geografias atingem proporções relativamente elevadas, o risco de medidas de retaliação e o respetivo impacto económico deverá ser acompanhado.
Por outro lado, após alguma moderação ao longo das últimas semanas, assistiu-se a um renovar da tensão entre os EUA e a China, um tema que terá desenvolvimentos ao longo da próxima semana com a visita do Secretário do Comércio Wilbur Ross a Pequim, entre 1 e 4 de junho.
Em Itália, após várias semanas de incerteza política, o Movimento 5* e a Liga do Norte atingiram um entendimento que proporcionou um apaziguar dos prémios de risco da periferia. No entanto, a natureza da solução governativa e a agenda do novo Governo poderão originar momentos de maior pressão no curto-prazo.
Em matéria económica, a próxima semana terá como principais destaques os PMI dos Serviços, as vendas a retalho de abril na área do euro e a potencial revisão em alta do crescimento do PIB nipónico no 1º trimestre de 2018.
