O Esta semana vou estar de olho… é da autoria de Luís Dias, gestor na Square Asset Management.
O evento, agendado para 10 e 11 de setembro de 2024 em Lappeenranta na Finlândia, é dedicado ao tema Acelerar a Transição Verde. Esta conferência será uma plataforma para especialistas da indústria, decisores políticos, investigadores e líderes empresariais reunirem e discutirem os avanços, desafios e oportunidades na energia sustentável.
Os principais tópicos do evento serão soluções de energia renovável, hidrogénio verde e mercados de energia e eficiência.
O que é o hidrogénio verde e como é obtido?
Esta tecnologia baseia-se na geração de hidrogénio – um combustível universal, leve e altamente reativo – através de um processo químico conhecido como eletrólise. Este método utiliza uma corrente elétrica para separar o hidrogénio do oxigénio na água. Se esta eletricidade for obtida a partir de fontes renováveis, produziremos, portanto, energia sem emitir dióxido de carbono para a atmosfera.
No entanto, existem algumas questões sobre a viabilidade do hidrogénio verde devido ao seu elevado custo de produção. Existe expetativa quanto à evolução de tecnologias e/ou à sua eficiência.
À medida que as economias de todo o mundo se esforçam para reduzir as emissões e alcançar um crescimento sustentável, dados fiáveis são cruciais. Constitui a base para uma tomada de decisão informada, orientando o desenvolvimento, a implementação e o acompanhamento de políticas.
Reconhecendo este facto, o G20 está a intensificar os esforços para melhorar o âmbito e a qualidade dos dados relacionados com o clima. Ao fazê-lo, é possível compreender melhor o impacto ambiental das atividades económicas e a eficácia das políticas climáticas.
Reduções notáveis nas emissões dos setores agrícola e industrial
O gráfico da semana, fonte FMI, destaca uma dessas métricas úteis:
O gráfico revela algumas tendências promissoras. Especificamente, os dados mostram reduções notáveis nas emissões nos setores agrícola e industrial. Não explica, porém, o peso de cada um dos setores relevados, já que a tendência global não reflete o observado na indústria e agricultura, ambos com trajetórias semelhantes.
Não deixa de ser sinal positivo, uma vez que estes setores, em conjunto, representam mais de 75% de todas as emissões do G20 e estão entre os mais intensivos em emissões. O decréscimo nas intensidades de emissão sugere que fontes de energia com menor teor de carbono, tecnologias mais limpas e as melhorias da eficiência energética refletem a direção correta.
Obviamente que se trata de uma análise pouco detalhada e algo superficial, seria necessário a obtenção de dados mais profundos para afastar possíveis enviesamentos ou distorções. Na verdade, a maioria das economias do G20 ainda não tem uma cobertura eficaz relativamente a todos os setores e subsetores da economia. "Não se pode gerir o que não se mede".
Mais ainda, ter presente o contributo, não evidente aqui, para a pegada de atividades não produtivas, bem como o contributo dos países externos ao G20.
Em conclusão, será sempre relevante esperar e conhecer as medidas permitam expandir e acelerar a tão necessária transição energética.