O aumento da dispersão nos mercados emergentes: uma oportunidade para obter rentabilidade

Andr_C3_A9_Themudo-1
Cedida

É sabido que a evolução dos mercados desenvolvidos, as agendas legislativas que deles fazem parte, a vontade de alguns dos Governos de adotar uma postura mais protecionista, as políticas dos Bancos Centrais ou os indicadores macroeconómicos, entre outros fatores, têm impactado, de uma maneira ou de outra, e em graus diferentes, os mais distintos mercados emergentes. Daí que a seleção de países e a gestão da duração sejam fundamentais para evitar quedas, e mitigar, em certa medida, os períodos de stress e volatilidade dos mercados.

A boa notícia é que as obrigações de mercados emergentes são uma classe de ativos diversa, e que neste contexto político e regulatório dos mercados desenvolvidos está a impulsionar ainda mais a dita dispersão, oferecendo oportunidades atrativas aos gestores que são mais capazes de as aproveitar. Uma possível guerra comercial e as eleições francesas são riscos a monitorizar, na medida em que os fluxos de entrada em dívida emergente poderão comprimir ainda mais as valorizações.

Começamos a observar a forma como os estímulos monetários estão a recuar gradualmente, e que a administração de Donald Trump, decorridos cinco meses desde as eleições presidenciais norte-americanas, começa a apresentar a aplicação de uma política orçamental expansionista. Como resultado, esperamos que a dívida dos mercados emergentes continue a ter um papel importante e que a sua rentabilidade aumente.

Mais uma vez, a história demonstra-nos que a dívida emergente pode ter rentabilidades positivas num contexto de reativação económica mundial como aquele em que vivemos, desde que os seus fundamentais sejam sólidos: esse continua a ser o nosso cenário base para 2017. A dívida emergente começou este ano em força: os spreads das obrigações emergentes denominados em moeda forte estão agora mais ajustados do que antes das eleições norte-americanas. Acreditamos que a melhoria dos fundamentais justifica esta compressão. Além disso, o crescimento dos mercados emergentes está a acelerar à medida que os meses vão passando, impulsionado pela exportação e pela produção industrial, sendo que os preços do petróleo são sustentados pela marcada redução de produção por parte da OPEP. Por fim, o mais importante é que o crescimento da China se mantém estável, um fator determinante para este crescimento positivo.

Na nossa opinião, a dívida dos países emergentes está numa ótima posição para receber os fluxos de investimento internacionais provenientes de outros ativos de fixed income que têm um retorno inferior e que poderão registar um comportamento negativo devido à normalização gradual das políticas monetárias. Além disso, os spreads da dívida emergente podem atuar como forma de proteção perante a subida das taxas nos mercados desenvolvidos.

Com o objetivo de obter um rendimento estável este ano, priorizamos manter uma gestão ativa na duração (com uma clara inclinação para o curto prazo) e na seleção de mercados; priorizamos os produtores de matérias primas, que têm uma rentabilidade elevada, em detrimento  dos exportadores de produtos manufaturados, cujos retornos são inferiores, e evitamos os investimentos que podem registar resultados muito díspares. Também favorecemos as emissões denominadas em moeda forte em relação àquelas denominadas em moeda local.

Na BlackRock contamos com o BSF Emerging Markets Flexi Dynamic Bond Fund. É um fundo de dívida de países emergentes e que procura gerar rentabilidades positivas independentemente das condições de mercado.

O fundo é bastante flexível, tendo a capacidade de fazer uma alocação entre moeda forte e local. Ao nível de duração, esta pode ir de -2 a +10 anos. Neste contexto, acreditamos que as estratégias flexíveis são ótimas para captar todas as oportunidades de mercado.