O crédito como proteção contra o risco de inflação

Pierre Verlé e Alexandre Deneuville _noticia
Pierre Verlé e Alexandre Deneuville. Créditos: Cedida (Carmignac)

TRIBUNA de Pierre Verlé, responsável de Crédito e cogestor do Carmignac Portfolio Credit e Alexandre Deneuville, cogestor do Carmignac Portfolio Credit. Comentário patrocinado pela Carmignac.

As taxas de juro a longo prazo estão a registar uma recuperação com importantes implicações para os investidores: de 0,5% no verão até 1,7%, sendo provável que esta subida continue. O que está por trás deste avanço? Fundamentalmente, melhores perspetivas para a economia dos EUA.

Estas previsões mais favoráveis apoiam-se na adoção de um plano de resgate económico de 1,9 biliões de dólares[1] e nas expectativas geradas pelo ambicioso plano de despesa em infraestruturas apresentado pela administração de Joe Biden. Adicionalmente, a campanha de vacinação contra a COVID-19 está a progredir a bom ritmo e a poupança das famílias está a aumentar, impulsionada pelas ajudas distribuídas pelas diferentes administrações. Estes dois últimos fatores deverão gerar uma forte retoma do consumo.

Boas expectativas para a economia

Com estes ventos favoráveis, espera-se que o crescimento real do PIB norte-americano seja superior a 6% em 2021[2], tornando este exercício o de mais rápido crescimento desde 1984. Esta expansão deverá beneficiar a Europa e os países emergentes. Foi este cenário benevolente que provocou o ressurgimento da inflação que, por sua vez, provocou o aumento das taxas de juro.

Os investidores devem estar atentos a esta subida, sem esquecer que os mercados de crédito apresentam níveis de cotação não vistos desde o início de 2020, não obstante a contínua - e legítima - preocupação em relação às consequências da pandemia. Detrás destas avaliações, esconde-se um nível extremo de segmentação entre os ativos que os investidores consideram seguros e os que não consideram como tal. Entre estes últimos, encontram-se as emissões das empresas que estão a atravessar situações complicadas, cíclicas, ou que foram afetadas em certa medida pela crise da COVID-19.

Uma solução flexível, uma gestão ativa

Na Carmignac, acreditamos que é nestes últimos tipos de ativos que se podem encontrar as oportunidades mais interessantes no mercado de crédito. O Carmignac Portfolio Credit, o nosso fundo flexível de gestão ativa, é uma estratégia adequada para navegar neste ciclo de mercado e aproveitar as oportunidades, mantendo simultaneamente um exaustivo controlo dos riscos.    

Com efeito, acreditamos que a carteira está parcialmente protegida da futura volatilidade provocada pelas taxas de juro pelo facto de ter uma duração inferior à do seu índice de referência[3]. Além disso, é para nós favorável investir em muitas empresas que tendem a beneficiar de ambientes inflacionistas. Quando ocorrem estas pressões nos preços, o aumento do diferencial tende a compensar uma parte ou a totalidade do aumento da taxa sem risco.

Diversificar para aproveitar as oportunidades

A nossa postura é conservadora. Aumentámos ligeiramente a exposição líquida do Fundo, que é agora de 74%. Desta percentagem, 20% corresponde à exposição líquida a dívidas de elevada rendibilidade, inferior à do mês anterior (70% e 24%, respetivamente). O fundo está investido de forma diversificada em ativos que tendem a comportar riscos idiossincráticos e que, precisamente devido a esta maior complexidade, oferecem uma remuneração que recompensa muito bem o seu custo fundamental de risco.

Por exemplo, atualmente continuamos a investir em empresas afetadas pela pandemia, mas acreditamos que irão sobreviver e que poderão inclusivamente beneficiar da crise, uma vez que contam com uma posição empresarial dominante, com balanços sólidos e um fácil acesso à liquidez. Além disso, mantemos uma exposição de 16% no setor do petróleo e do gás, nos quais investimos através de várias empresas de exploração e produção, bem como em empresas de serviços que oferecem uma excelente recompensa pelo risco[4].

O foco nos mercados emergentes mantém-se

Do ponto de vista geográfico, mantemos uma elevada exposição líquida aos mercados emergentes, de 19,4%[4]. A maioria dos nossos investimentos neste universo beneficia de posições empresariais dominantes e de balanços sólidos. Adicionalmente, nas últimas semanas aproveitámos a boa saúde dos mercados primários para acrescentar a esta parte da carteira uma série de investimentos que consideramos atrativos.

Além disso, aumentámos a nossa exposição às Obrigações de Empréstimos Colateralizados (CLO) até representar 18,6% desde os 15,7% do mês passado[4], sobretudo em tranches seniores. No nosso entender, estes instrumentos oferecem um atrativo perfil de rendibilidade-risco em termos absolutos e em comparação com outros ativos de rendimento fixo para riscos fundamentais subjacentes semelhantes.

O elevado peso das coberturas

Do ponto de vista das coberturas do mercado de crédito, mantemos um elevado nível implementado através de swaps de incumprimento de crédito. Tais representam 23,8% da carteira[4], o que nos permite reduzir o risco de mercado, concentrando-nos ao mesmo tempo no alfa das nossas situações específicas. Estas coberturas aumentaram recentemente o seu preço, mas estamos convencidos de que vale a pena pagá-lo.

Em 31 de março de 2021, o Carmignac Portfolio Credit, com uma carteira caracterizada pela sua flexibilidade e diversificação, oferece um rendimento na data de vencimento de 3,86% e um diferencial médio de 340 pontos percentuais para uma notação BB+. A componente de liquidez do fundo foi reduzida para aproveitar as oportunidades do mercado e situa-se agora em 1,7%.


[1] Plano adotado pelo Congresso Americano em 10 de março de 2021

[2] Consenso de mercado em 31 de março de 2021

[3] 75% BofA Merrill Lynch Euro Corporate Index + 25% BofA Merrill Lynch Euro High Yield Index.

[4] Fonte: Carmignac em 31 de março de 2021. A composição da carteira pode sofrer alterações a qualquer momento.


O Carmignac Portfolio Credit é um subfundo da Carmignac Portfolio SICAV, uma sociedade de investimento constituída ao abrigo da legislação luxemburguesa, em conformidade com a Diretiva OICVM. Os Fundos são registados junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O período mínimo de investimento recomendado no fundo é de 3 anos. A escala de risco do fundo é de 4. Escala de risco do DFI (Dados fundamentais para o investidor) de 1 (menor risco) a 7 (maior risco). O risco 1 não implica um investimento sem risco. Este indicador poderá mudar com o tempo. Principais riscos do Fundo: CRÉDITO: O risco de crédito corresponde ao risco de o emitente não ser capaz de cumprir as suas obrigações. TAXA DE JURO: O risco de taxa de juro traduz-se numa diminuição do valor patrimonial líquido no caso de uma variação das taxas de juro. PERDA DE CAPITAL: A carteira não oferece qualquer garantia ou proteção do capital investido. A perda de capital ocorre quando uma participação é vendida a um preço inferior ao preço de compra. TAXA DE CÂMBIO: O risco cambial está associado à exposição, mediante investimentos diretos ou de instrumentos financeiros a prazo, a uma moeda diferente da moeda de referência do Fundo.

O fundo não garante a preservação de capital.

Exclusivamente para investidores profissionais. Este documento não pode ser reproduzido total ou parcialmente sem a autorização prévia da sociedade de gestão. As informações nele contidas podem estar incompletas e podem ser alteradas sem aviso prévio. Não constitui uma oferta de subscrição nem um conselho de investimento. O acesso ao Fundo pode ser objeto de restrições para determinadas pessoas ou em determinados países. O Fundo não está registado na América do Norte nem na América do Sul. Não foi registado em conformidade com a US Securities Act of 1933 (lei dos Valores Mobiliários dos EUA de 1933). Não pode ser oferecido ou vendido, direta ou indiretamente, em benefício ou por conta de uma «Pessoa dos Estados Unidos da América» (U.S. person), tal como definido pela regulamentação dos Estados Unidos da América «Regulation S» e/ou a FATCA. O Fundo apresenta um risco de perda de capital. Os riscos e as despesas são descritos no documento de dados fundamentais para o investidor (DFI). O prospeto, o DFI, os estatutos da sociedade ou o regulamento de gestão e os relatórios anuais dos Fundos podem ser obtidos através do website www.carmignac.com/es, mediante pedido à sociedade. Devem ser entregues ao subscritor o DFI e uma cópia do último relatório anual antes da subscrição.

Carmignac Gestion – 24, place Vendôme – F – 75001 Paris – Tel: (+33) 01 42 86 53 35 – Sociedade gestora de carteiras autorizada pela AMF – Sociedade Anónima com um capital de 15 000 000 euros – Número de registo comercial (RCS) Paris B 349 501 676. Carmignac Gestion Luxembourg – City Link – 7, rue de la Chapelle – L-1325 Luxembourg – Tel: (+352) 46 70 60 1 – Filial da Carmignac Gestion. Sociedade gestora de carteiras autorizada pela CSSF – Sociedade Anónima com um capital de 23 000 000 euros – Número de registo comercial (RCS) Paris B 67 549