2024 foi um ano positivo para os OIC, para os fundos de pensões e para a gestão de patrimónios. Segundo Sérgio Brito, analista da APFIPP, dentro dos OIC, os mobiliários foram os que registaram o melhor desempenho, com um crescimento anual de 13,8%.
COLABORAÇÃO de Sérgio Brito, analista da APFIPP.
A 31 de dezembro de 2024, os montantes geridos por Organismos de Investimento Coletivo (OIC), mobiliários e imobiliários, por fundos de pensões e através da gestão individualizada de carteiras, totalizaram 56,9 mil milhões de euros (dados provisórios), o que representa um crescimento de 9,3% relativamente ao ano anterior.
O segmento com melhor desempenho foi o dos OIC Mobiliários, que registaram um crescimento anual de 13,8%, atingindo, no final do ano, um total sob gestão de 21,2 mil milhões de euros, o maior registo desde maio de 2008. Uma parte significativa deste crescimento deveu-se ao investimento dos aforradores, traduzido em subscrições líquidas estimadas de cerca 1,6 mil milhões de euros.
Com a subida das taxas de juro, os OIC que investem, maioritariamente, em títulos de dívida, voltaram a registar uma maior procura por parte dos investidores nacionais. Ao longo de 2024, os OIC de obrigações, os OIC do mercado monetário e os OIC de curto prazo registaram entradas líquidas de 1,7 mil milhões de euros, contribuindo para que os montantes sob gestão atingissem, no final do ano, um montante de 7,3 mil milhões de euros, mais 36,1% do que no ano anterior.
O segmento dos OIA imobiliários denotou, igualmente, um grande dinamismo. O valor líquido sob gestão aumentou 13,0% e ultrapassou a barreira dos 16 mil milhões de euros, o que constitui o valor mais elevado de sempre. Foram várias as empresas imobiliárias que se converteram em sociedades de investimento coletivo, beneficiando da gestão profissional e do rigor que carateriza os OIA imobiliários. O bom desempenho do mercado imobiliário nacional, que continua a devolver bons resultados aos seus investidores, ajuda, também, a explicar a manutenção da procura por OIA imobiliários, designadamente nos OIA imobiliários abertos, onde se estimam subscrições líquidas anuais positivas de 26 milhões de euros.
Os fundos de pensões também evidenciaram um crescimento dos montantes sob gestão, tendo terminado o ano com 19,3 mil milhões de euros, mais 2,1% do que no ano anterior. Merecem destaque os fundos de pensões PPR cujos montantes aumentaram 17,5%, para 1,2 mil milhões de euros, e os fundos de pensões abertos (excluindo PPA e PPR), que subiram 10,9% relativamente ao ano anterior, atingindo um total de 3,0 mil milhões de euros sob gestão, valores que refletem uma maior preocupação não apenas dos portugueses, mas também das empresas onde desenvolvem a sua atividade profissional, para com a sua reforma, face à redução de rendimento expectável que terão quando substituírem o seu salário por uma pensão da Segurança Social.
A gestão de patrimónios, também designada por gestão individualizada de carteiras, registou, em 2024, um crescimento de 3,1% nos montantes sob gestão, terminando o ano com um montante de 35,2 mil milhões de euros.
O ano que agora começa antecipa alguma incerteza e bastantes desafios para a gestão de ativos e de fundos de pensões nacional, mas os profissionais do setor estão preparados para continuar a devolver bons resultados aos seus investidores e, dessa forma, manter a sua confiança e continuar a captar e a investir as suas poupanças.