O financiamento do Working Capital ajuda a reduzir as lacunas no financiamento do comércio mundial. Jaime Raga, senior CRM, explica como a UBS O'Connor opera esta classe de ativos. Comentário patrocinado pela UBS AM.
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TRIBUNA de Jaime Raga, senior CRM, UBS AM Iberia. Comentário patrocinado pela UBS Asset Management.
O Working Capital Finance é uma classe de ativos que existe há séculos e é uma componente essencial do comércio global. Reduz as lacunas de financiamento dos provedores, uma vez que as cadeias de abastecimento e os prazos de pagamento das contas a receber aumentaram. Quando um provedor entrega um bem ou serviço com uma fatura a um comprador, este normalmente não é pago de imediato. Por exemplo, um provedor pode receber o pagamento em mais de 60 dias, mas precisa do dinheiro para financiar salários, inventário ou outros objetivos da empresa. Por outro lado, o comprador prefere alargar os prazos de pagamento para melhorar o ciclo de conversão de caixa, mas sem arriscar a estabilidade dos provedores, essenciais à cadeia de abastecimento. Para colmatar esta lacuna, provedores e compradores podem recorrer a agentes financeiros – tradicionalmente bancos, mas cada vez mais entidades não bancárias – para financiar faturas através de práticas como factoring ou confirming.
Oportunidades no Working Capital Finance
Estima-se que aproximadamente um terço dos fluxos comerciais globais são apoiados por alguma forma de financiamento comercial. No entanto, reformas como Dodd-Frank, Basileia III e IV limitaram os balanços dos bancos, criando um défice de financiamento estimado entre 1,5 e 2 biliões de dólares.
Este défice representa uma oportunidade para investidores institucionais não bancários. Ativos de trade finance apresentam, historicamente, taxas de incumprimento mais baixas e taxas de recuperação mais altas do que obrigações não garantidas. O retorno ajustado ao risco por unidade de duração e liquidez supera, de forma consistente, a dívida corporativa equivalente.
O’Connor e Working Capital Finance
A UBS O’Connor investe globalmente em dívida corporativa, com posições longas e curtas, desde crédito de alta qualidade até ativos em dificuldades. Em 2019, surgiu a oportunidade de participar num financiamento comercial de uma empresa conhecida, cujos empréstimos já integravam a carteira. A rentabilidade superior dos ativos chamou a atenção, levando a uma análise aprofundada.
O perfil de autoliquidação e curta duração revelou-se atrativo, melhorando o histórico de perdas e oferecendo spreads superiores aos da dívida corporativa do mesmo devedor. Após mais de quatro anos a gerir esta estratégia, a O’Connor continua a expandir a sua exposição e a reforçar a sua presença nesta classe de ativos.
Avaliação de possíveis investimentos
Para cada investimento, dois elementos devem estar alinhados:
- Confiança na solvência do devedor.
- Garantias estruturais adequadas para mitigação de riscos.
O processo começa com a integração de plataformas de originação, que passam por uma rigorosa due diligence envolvendo aspetos legais, operacionais, de risco, conformidade e investimento. O processo inclui uma análise jurídica interna e externa e dura cerca de um mês.
As oportunidades são analisadas em termos de valor relativo em comparação com a dívida pública e pares do mercado. Se a operação oferece um retorno convincente, é feita uma análise fundamental do devedor, avaliando a capacidade de pagamento e os principais riscos. A O’Connor utiliza especialistas internos e externos para uma visão abrangente dos riscos.
Participação da O’Connor no Working Capital Finance
A UBS O’Connor combina décadas de experiência em crédito com uma abordagem de arquitetura aberta, aproveitando originações de bancos, plataformas e intermediários. Esta rede alargada permite maior seletividade e monitorização em tempo real do risco de mercado.
Além disso, a curta duração dos ativos facilita a gestão de riscos. Caso surjam alterações no mercado ou na economia, a O’Connor pode ajustar rapidamente a exposição, minimizando o impacto.
O impacto da volatilidade nos mercados
A volatilidade do mercado frequentemente beneficia esta estratégia. Em momentos de incerteza, os bancos tendem a retrair-se, criando oportunidades para financiadores não bancários. Além disso, as empresas procuram reforçar os seus balanços e liquidez, criando novas possibilidades de investimento.
A volatilidade também amplia os spreads, aumentando o poder de fixação de preços e criando maior retorno ajustado ao risco para investidores com capital flexível.
Riscos do Working Capital Finance
Como qualquer classe de ativos, o Working Capital Finance envolve riscos. O principal é o risco de incumprimento, mitigado por uma análise rigorosa e a experiência da equipa de crédito da O’Connor, que opera ativamente no mercado de obrigações.
Outro risco específico é a fraude nas contas a receber. Este risco é mitigado com proteções estruturais, como contas controladas, processos de verificação de faturas e mecanismos que identificam atividades fraudulentas antes do financiamento.
Conclusão
O Working Capital Finance desempenha um papel crucial no comércio global, oferecendo oportunidades únicas e ajustadas ao risco. A experiência da UBS O’Connor, combinada com uma abordagem ativa e ferramentas de gestão de risco em tempo real, posiciona-a como líder nesta classe de ativos essencial.