Os resultados da política de cortes na produção de petróleo levada a cabo pela OPEP - Chart of the Week

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Remco van der meer, Flickr, Creative Commons

(O Chart of the Week desta semana é da autoria de Cristina Brízido, diretora de investimentos da Caixagest

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Fonte: Bloomberg; data da curva atual (15 fevereiro 2018); data da curva de 6 meses (15 setembro 2017); WTI: West Texas Intermediate

Para além da subida de preços verificada no preço do petróleo (medido pelo contrato de futuros do WTI de maturidade mais próxima), a atuação concertada de cortes na produção por parte da OPEP, introduziu também alterações notórias no formato das curvas de futuros desta matéria-prima.

Comparando os formatos das curvas de contratos de futuros de hoje e de há seis meses atrás, verifica-se que hoje a curva apresenta uma inclinação negativa, o que contrasta com a inclinação positiva apresentada em setembro de 2017. O formato atual da curva (designado de “backwardation”) pode ser genericamente interpretado como a disponibilidade dos agentes de mercado em pagarem um prémio pela disponibilidade imediata desta matéria-prima. É tipicamente registado em períodos de re-equilíbrio de mercado ao nível de redução de inventários. Este efeito pode derivar quer do aumento da procura, motivada por um maior crescimento económico, mas estar também relacionado com a eliminação do excesso de oferta de petróleo no mercado.

De acordo com os dados recentes divulgados pela Agência Internacional de Energia, os inventários de petróleo nas nações desenvolvidas registaram a queda mais acentuada em seis anos, o que resulta dos cortes de produção implementados pela OPEP e pela Rússia. A mesma agência reafirma que a OPEP está ser bem-sucedida na anulação do excesso de oferta de petróleo no mercado, salientando, contudo, que o mercado continua vulnerável ao incremento da produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos.