Nas vésperas do centenário das Aparições de Fátima, Jorge Silveira Botelho procura desmistificar o valor de uma "opção".
Uma das situações mais complexas que o ser humano enfrenta na vida é o livre arbítrio, ou seja, o direito de escolher um caminho, sabendo à partida que abdica de outras “coisas”. A escolha é como uma opção, onde está sempre implícito um valor, um prémio, ou seja, uma contrapartida sobre algo que se prescinde.
A vida tem um valor temporal e sempre alguns momentos de volatilidade. São por isso raras as situações na vida, em que não é preciso pagar qualquer tipo de prémio por uma opção. Geralmente, quando isso ocorre é porque na realidade não prescindimos de nada, mas também tão pouco, usufruímos de qualquer valor.
Esta semana celebra-se o centenário das Aparições de Fátima. Independentemente de se acreditar ou não nos acontecimentos que por lá ocorreram, este lugar ganhou uma dimensão universal. Milhões de peregrinos vão passando por ali singelamente, procurando simplesmente a proteção de um amor puro e incondicional que uma mãe oferece.
Para qualquer cidadão no mundo saber que existe um lugar assim, que oferece este valor sem uma contrapartida, só pode ser motivo para um enorme regozijo. Apesar de complexa a avaliação desta opção, o que devemos considerar é que não pagámos nada por ela, foi-nos oferecida e certamente, para nós portugueses, alguma “coisa” vale!
