Porquê e como preparar-se para a reforma?

Kevin Thozet. Créditos: Cedida (Carmignac)

TRIBUNA de Kevin Thozet, consultor de carteiras e membro do comité de investimentos da Carmignac. Comentário patrocinado pela Carmignac.

A reforma é muitas vezes sinónimo de uma diminuição dos rendimentos. Por conseguinte, é essencial poupar o mais cedo possível para compensar, pelo menos parcialmente, esta perda de rendimento e para poder manter o seu nível de vida após a reforma. Por onde começar? Como proceder? Que estratégia(s) deve privilegiar em função da sua situação?

A reforma: um risco de perda de rendimentos

O aumento da esperança de vida, o envelhecimento da população, as carreiras cada vez menos lineares, a evolução da relação com o trabalho desde a pandemia de covid-19... As grandes tendências demográficas e profissionais estão a desequilibrar os regimes de pensões.

Nos países ditos desenvolvidos, há cada vez menos trabalhadores para financiar as pensões do número crescente de reformados. Por exemplo, entre os países membros da OCDE1, há atualmente quatro pessoas em idade ativa (20-64 anos) por cada pessoa em idade de reforma (65+ anos), de acordo com estatísticas da organização. Este rácio baixará para 3:1 em 2025 e para 2:1 em 2050.

A reforma implica uma redução, por vezes significativa, do nível de vida. No entanto, segundo a OCDE, a taxa de substituição, que marca a diferença de rendimento entre a vida ativa e a reforma, deverá continuar a aumentar devido ao envelhecimento da população e a certas medidas tomadas, como a redução do rendimento das pensões complementares, nos países desenvolvidos. Em 2020, a taxa média de substituição bruta das pensões nos países da OCDE foi de 51,8% (60% em termos líquidos).

Poupar a longo prazo e diversificar os seus investimentos

É por isso que é importante acumular poupanças durante a sua vida ativa. A melhor maneira de o fazer é poupar regularmente, para garantir um capital e/ou um rendimento suplementar quando se reformar. Ao investir as suas poupanças, pode obter rendimentos (sob a forma de juros, dividendos, rendas, mais-valias, etc.) que também podem ser reinvestidos para gerar potencialmente mais rendimentos. Naturalmente, o ideal é começar o mais cedo possível para reduzir o esforço ao mínimo.

Quanto mais cedo começar a poupar, mais longo será o seu horizonte temporal e mais poderá diversificar os seus investimentos e ajustar o nível de risco do investimento. Mais risco significa maiores rendimentos potenciais. Há que assumir que se podem sofrer perdas a curto ou médio prazo, tendo em conta que o objetivo é gerar rendimentos a longo prazo.

Para otimizar a sua reforma, é essencial avaliar regularmente (de 10 em 10 anos) e com rigor a sua situação futura. Por exemplo, antecipando as despesas que terá de enfrentar quando estiver reformado (menos despesas relacionadas com a educação dos seus filhos, mas mais despesas relacionadas com a saúde ou a perda de autonomia...). Estas necessidades devem ser comparadas com o montante das pensões de base e complementares que irá receber. Isto permitir-lhe-á elaborar um plano de financiamento da sua reforma, de acordo com as suas necessidades e desejos.

Saiba que: Se investir 70 euros por mês durante 40 anos, a uma taxa de juro média de 2% ao ano, ficará com um capital de mais de 50.000 euros, desde que reinvista os lucros. Para atingir este montante em apenas 10 anos, precisa de pôr de lado quase 400 euros por mês.

Que estratégia(s) deve adotar para se preparar para a reforma?

Para além de investir em imóveis, especialmente na sua residência principal, para se libertar da maior despesa quando se reformar, pode investir gradualmente parte das suas poupanças em produtos de longo prazo. Alguns destes produtos podem oferecer-lhe retornos atrativos. Por exemplo: uma conta de valores mobiliários, em que as poupanças são investidas em ações cotadas na bolsa e cujos retornos a longo prazo podem exceder os das contas de poupança; ou outros produtos como os seguros de vida ou os fundos de investimento.

É possível diversificar os seus investimentos dedicando uma parte das suas poupanças a um ou mais produtos especificamente adaptados à reforma, como o clássico PPR, que beneficiam de vantagens fiscais específicas. Salvo raras exceções, só poderá libertar os seus fundos quando se reformar: uma garantia de segurança para o seu nível de vida futuro.

A alguns anos da reforma, é importante contactar um consultor financeiro para estudar as melhores opções para o seu perfil e os seus planos. Por exemplo, é possível vender parte do seu património imobiliário para investir em ativos financeiros mais líquidos e, portanto, mais fáceis de vender ou comprar. Também pode ter dúvidas e desejos sobre a sua sucessão. Há que antecipar tudo isto, pelo que é importante informar-se quanto antes.

Como pode gerar rendimentos adicionais através da gestão de ativos?

Ao colocar as suas poupanças num fundo de investimento, o investidor confia a gestão da totalidade ou de parte do seu património financeiro a profissionais cujo objetivo é otimizar o rendimento deste capital. Uma solução que pode ser utilizada para gerar rendimentos adicionais, especialmente quando chega o momento da reforma.

1 - Gestão do seu património por profissionais

Um gestor de carteira é um especialista capaz de investir em várias classes de ativos financeiros (ações, obrigações, divisas, etc.) com o objetivo de otimizar o seu desempenho, limitando os riscos inerentes.

2 - A garantia de diversificação do seu património

A gestão de ativos permite-lhe diversificar os seus investimentos em várias classes de ativos. Pode encontrá-los em todas as zonas geográficas e em todos os sectores de atividade, a fim de minimizar o risco de perda de capital.

3 - Desempenho otimizado a longo prazo

Quanto mais longo for o seu horizonte de investimento, mais o seu gestor poderá otimizar o desempenho dos seus investimentos, investindo ao longo do tempo com uma abordagem global e complementar em termos de ativos financeiros, zona geográfica ou sector de atividade.

4 - Uma evolução progressiva da sua sensibilidade aos riscos financeiros

Dinâmico, equilibrado ou prudente: à medida que os seus rendimentos e necessidades evoluem, o seu perfil de investidor muda e, por conseguinte, o seu nível de exposição aos riscos financeiros.

5 - A oportunidade de participar no financiamento de uma economia sustentável

Os profissionais da gestão de ativos têm à sua disposição uma vasta gama de fundos ditos sustentáveis, ou seja, carteiras que respeitam critérios ambientais, sociais e de governance (ESG).

1A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) procura promover políticas que melhorem o bem-estar económico e social em todo o mundo.


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