Segurança primeiro

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(TRIBUNA de Henrik Stille, Gestor de Carteiras na Nordea Asset Management. Comentário patrocinado pela Nordea AM)

O contexto atual está definitivamente complicado para aqueles potenciais investidores que estam a ponderar uma forma de entrar nos mercados financeiros com baixo risco. Tradicionalmente, bastava investir nos mercados de dívida soberana. No entanto, dados os níveis de rentabilidade extremamente baixos que as obrigações oferecem hoje em dia e os crescentes sinais de aumento da inflação, muitos ativos considerados anteriormente seguros para realizar uma primeira incursão nos mercados deixaram de ser fiáveis.

Atualmente, a que podem recorrer os potenciais investidores na procura de ativos com rendimentos “seguros” mais elevados? A resposta poderá ser encontrada numa das classes de ativos mais subestimadas: os covered bonds europeus.

Dupla proteção

“Uma das características mais atrativas dos covererd bonds é a dupla proteção que oferecem aos investidores”, indica Henrik Stille, gestor de carteira da estratégia Low Duration European Covered Bond. Emitidos por bancos ou entidades hipotecárias, os covered bonds europeus são instrumentos de dívida sustentados por um conjunto de ativos de garantia. O primeiro recurso é a reclamação completa dos ativos do emissor, pelo que, em caso de insolvência do mesmo, os investidores em covered bonds contam com direitos de credor sobre os ativos. O segundo recurso é um acesso preferencial ao conjunto de ativos de garantia. Os fluxos de caixa deste sustentam os covered bonds, além de oferecerem um nível superior de cobertura. Tais fluxos irão ser utilizados como garantia das obrigações em caso de insolvência do emissor em forma de pagamento oportuno dos cupões e da emissão se o emissor não puder fazer frente às suas obrigações.

As recentes melhorias introduzidas na regulamentação da UE concedem um tratamento preferencial aos covered bonds europeus, que os situa num nível de proteção semelhante à dívida soberana em termos de risco, apesar do seu potencial para oferecer maiores rentabilidades que a dívida pública europeia tradicional. De facto, os covered bonds europeus não registaram nenhuma falta de cumprimento de pagamento nos seus mais de 200 anos de história.

Embora alguns investidores procurem a segurança da dívida preferencial das obrigações corporativas, esta área do universo de obrigações também não é imune a perdas significativas derivadas de insolvências. Por exemplo, em 2016, os credores de dívida preferencial do Banco Espírito Santo registaram grandes perdas como parte do mecanismo de recapitalização interna do banco. Pelo contrário, os covered bonds estão isentos do mecanismo de recapitalização interna da UE.

O fantasma da inflação

Embora o sólido argumento de investimento a favor dos covered bonds seja cada vez mais evidente, a volta ao mercado de uma volatilidade acentuada desde o início de 2018 levou grande parte dos investidores em obrigações, assim como novos potenciais participantes nos mercados de obrigações a repensar os seus investimentos. Como se referiu anteriormente, as rentabilidades que a maior parte dos títulos de dívida soberana europeia oferece situam-se em níveis extremamente baixos, com muito pouca margem de proteção contra as crescentes pressões inflacionistas.

Esta é uma das razões pelas quais a Nordea lançou a estratégia Low Duration European Covered Bond no último trimestre de 2017. Esta estratégia, que segue o processo da estratégia European Covered Bond tradicional da Nordea, utiliza cobertura para reduzir a duração de cinco anos para aproximadamente um, o que diminui consideravelmente o risco de perda de rentabilidade associado ao crescimento das taxas de juro.

“A inflação foi um fator menosprezado pelos investidores durante bastante tempo”, assinala Stille. “Contudo, os indícios de pressões inflacionistas são cada vez maiores. As pessoas que mantêm liquidez observam como a inflação reduz o valor do seu dinheiro. À primeira vista, parece que a única forma de gerar rentabilidade hoje em dia é assumir riscos consideráveis, o que se traduz num maior potencial de sofrer perdas de capital. No entanto, o objetivo da nossa estratégia Low Duration European Covered Bond é oferecer rentabilidades atrativas e proporcionar mais tranquilidade em relação ao risco de duração”, continua Stille.

Adoção de uma abordagem ativa

A maior parte dos investidores acedem à classe de ativos de covered bonds através de soluções passivas. Esta abordagem é errada, segundo Stille. A Nordea Asset Management conta com uma experiência considerável no âmbito dos covered bonds, com uma equipa de investimento específica que gere aproximadamente 39.000 milhões de euros de ativos desde junho de 2018.

“Embora o investimento em covered bonds possa parecer bastante simples à primeira vista, não se pode deixar enganar”, afirma Stille. “O mercado de covered bonds é ineficiente em muitos aspetos: desde novos emissores que oferecem um prémio para atrair investidores até ao efeito dos métodos de classificação que não compreendem completamente o modelo de negócio de determinadas emissões. Além disso, os spreads de crédito variam constantemente nesta classe de ativos, devido, frequentemente, a fatores específicos relacionados com o país ou o emissor. É necessário adotar uma atividade ativa para aproveitar esta circunstância. As ineficiências e as complexidades do mercado oferecem uma ampla gama de oportunidades à nossa equipa de investimento, que adota uma abordagem verdadeiramente ativa e dinâmica nas nossas posições”.

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