Private Equity impulsiona uma nova geração de marcas líderes

Elena Villalba
Elena Villalba. Créditos: Cedida (Mirabaud AM)

TRIBUNA de Elena Villalba, diretora-geral da Mirabaud Asset Management para a Península Ibérica e América Latina. Comentário patrocinado pela Mirabaud Asset Management.

Impulsionados pela geração millennial (nascidos entre 1981 e 1996) e pela geração Z (nascidos entre 1997 e 2010), está a ocorrer uma transformação na forma como os consumidores concebem o seu estilo de vida. Ambos os grupos geracionais representam atualmente 64% da população mundial e em países como os Estados Unidos, o número de millennials já ultrapassa os 72 milhões, superando os baby boomers como o maior grupo populacional.

O que distingue estas gerações das anteriores? O que as torna especialmente atrativas para o Private Equity? Embora abranjam diferentes décadas, os dois grupos partilham muitas qualidades e formas de entender o mundo. Por um lado, são gerações digitalmente conectadas, sendo as redes sociais o seu canal prioritário de comunicação. A nível ideológico, alinham-se com os temas que mais os preocupam e estão dispostos a destinar parte das suas receitas a apoiar causas socialmente responsáveis ou escolher marcas que estejam alinhadas com os seus valores. O seu compromisso social é especialmente significativo. Estão habituados a relacionarem-se com o mundo físico e virtual, mas também procuram experiências significativas e autênticas. São conscientes do seu poder social e aproveitam-no para responsabilizar as instituições e marcas tradicionais, das quais esperam uma atuação exemplar, em prol de um bem comum.

Em suma, é um consumidor com consciência social para quem o impacto ambiental das suas ações têm um peso importante na sua decisão de compra. A sustentabilidade tornou-se, por isso, num campo de batalha onde as marcas lutam para se diferenciarem. Segundo o relatório Gen Z & Millennials 2021 da Draper1, 59% dos consumidores inquiridos dos dois grupos concordam que todas as marcas e empresas de venda a retalho devem ser sustentáveis e éticos. Um número similar (57%) mostrou-se a favor de que todas as marcas e empresas de venda a retalho apoiem a igualdade. Nesta mesma linha encontram-se as conclusões da investigação da CB Insights2, quase três em cada quatro millennials confessaram que estão dispostos a pagar mais por produtos ou serviços sustentáveis, ou por aqueles que contribuem para um impacto positivo no mundo.

Por outro lado, ambas as gerações atribuem às experiências que vivem a mesma importância que atribuem à geração de riqueza ou bens de consumo. Não nos podemos esquecer que são gerações que receberam uma boa formação financeira, o que os torna mais conscientes do que os seus predecessores a este respeito. Isto permite-lhes ser mais ativos na procura de novos modelos de trabalho que lhes permitam aumentar as suas receitas, tendência que tem aumentado no seguimento da pandemia.

Mas a verdadeira transformação social que os Millennials e Geração Z lideram não se limita ao seu discurso, foca-se também na ação. São os grandes impulsionadores da mudança e estão dispostos a pagar mais pela sustentabilidade. Os dados são conclusivos: mais de um terço dos inquiridos (37%) afirmou ter abandonado uma compra porque a marca ou empresa de venda a retalho não refletiam os seus valores e quase metade (47%) confessou que a sustentabilidade e o comércio ético tornaram-se um fator mais importante na compra de moda nos últimos 12 meses.

Relevância, inovação e autenticidade, os valores que vão marcar as empresas com visão de futuro

Em qualquer setor de atividade, as empresas devem desenvolver-se consoante um conjunto de valores significativos que lhes permitam adaptar-se e prosperar no contexto social e económico. As marcas lifestyle e de consumo não podem permanecer alheias a esta corrente transformadora das novas gerações e, pelo contrário, estão cada vez mais conscientes da necessidade de demonstrar os seus valores e autenticidade.

A criação de uma base de clientes fiéis já não é simplesmente uma ferramenta para ajudar à retenção, mas sim uma parte integral do sucesso. E com razão. Em breve, a Geração Z e os Millennials irão passar a ser os consumidores com maior poder de compra. Em 2025, estas duas gerações irão representar 65-70% do mercado mundial de luxo3. Trata-se de uma oportunidade demasiado grande e importante para ser ignorada. As empresas que prosperarem neste novo contexto conseguirão permanecer relevantes e inovadoras, sem deixar de ser autênticas.

Para dar resposta às necessidades de uma nova geração de consumidores conscientes que aspiram a um mundo mais inclusivo e responsável, a equipa de Private Equity da Mirabaud Asset Management foca-se em apoiar e orientar empresas e empreendedores de excelência com um grande potencial de crescimento e capacidade para oferecer um impacto positivo na sociedade. Ajudamos as equipas de gestão a levar a sua inovação e capacidade artesanal ao mercado, respondendo às necessidades dos consumidores e criando empresas globais verdadeiramente digitais.

Para a Mirabaud Asset Management, investir significa construir um ecossistema comunitário de empresários, investidores e gestores de investimentos que reconheçam a necessidade de uma abordagem mais audaz. Formamos, com regularidade, parte do conselho de administração das empresas em que investimos, atuando como parceiro estratégico e fornecendo assistência e conhecimentos em marketing, gestão, distribuição e sustentabilidade.

O nosso compromisso abrange a criação de soluções de investimento privado únicas e diferenciadas, adaptadas às necessidades dos nossos clientes. Para isso, colocamos à sua disposição a nossa vasta experiência e conhecimento nestes mercados, ajudando-os a avançar no desenvolvimento das suas ideias e impulsionando o desenvolvimento de empresas que já estão a revolucionar o estilo de vida.


1 https://www.drapersonline.com/insight/drapers-bespoke/gen-z-and-millennials-2021-report

2 https://www.cbinsights.com/research/millennials-killing-industries/ 

3 https://www2.deloitte.com/content/dam/Deloitte/pt/Documents/consumer-business/Global-Powers-of-Retailing/GPR2019/Report_GPLG2019.pdf