Sete razões para continuar a investir em ações da China

Shannon Zheng Allianz GI
Shannon Zheng. Créditos: Cedida (Allianz GI)

TRIBUNA de Shannon Zheng, especialista de produto, Allianz Global Investors (AllianzGI). Comentário patrocinado pela Allianz GI.

Embora notícias recentes da China tenham incomodado compreensivelmente os mercados, não achamos que isso mude o cenário de investimento a longo prazo. A volatilidade anda de mãos dadas com o maior potencial de rendimento de longo prazo da China. Compreender a dinâmica em jogo pode ajudar a tornar essas mudanças mais fáceis de aceitar.

  1. As ações da China exibiram sempre maior volatilidade – e rentabilidades atrativas. Investir na China traz riscos diferentes e maior imprevisibilidade face aos mercados ocidentais. A recente repressão do governo chinês às empresas de tecnologia e de educação ilustra esse ponto. Mas os investidores têm sido historicamente recompensados com desempenhos superiores a longo prazo. De facto, um investimento no Índice MSCI China de janeiro de 2000 até o final de agosto de 2021 teria gerado uma rentabilidade de 402%.
  2. Os EUA e a UE estavam já focados em regulamentar as grandes tecnologias. Existem muitas maneiras de os investidores comprarem ações de empresas chinesas. Isso tornou-se ainda mais evidente durante a recente repressão regulatória da China, que afetou algumas cotadas – particularmente, as American Depositary Receipts (ADR) cotadas nos EUA e empresas selecionadas cotadas em Hong Kong – mais do que outras. Com as ações A da China a constituir quase 70% da dimensão total da capitalização de mercado da China, os mercados de capitais da China são muito mais amplos e profundos do que muitos investidores imaginam.
  3. As ações A da China foram menos afetadas pela recente volatilidade. A repressão regulatória aos gigantes da tecnologia e a empresas de educação não afetou as ações A da China tanto como outras cotadas. É outra razão para os investidores explorarem o amplo universo de ações chinesas, independentemente de onde estão cotadas as ações: (i) Ações de Internet, educação e comércio eletrónico tendem a ser mais bem representadas em ações cotadas em Hong Kong e ADR cotados nos EUA; e (ii) Ações A (ações de empresas chinesas cotadas nas bolsas de Xangai ou Shenzhen) tendem a apresentar mais empresas em setores como indústria, saúde e bens de consumo.
  4. As ações chinesas não se movem em sincronia com outros mercados de ações. Os mercados de ações da China são apreciados pelo seu potencial de longo prazo para um desempenho superior, mas também são úteis como uma ferramenta de diversificação de carteira. Conforme mostra a Figura 4, as ações A da China têm uma correlação de 0,32 com ações globais nos últimos 10 anos, o que significa que se movem em direções diferentes quase 70% do tempo. (Em comparação, as ações americanas e globais têm uma correlação de 0,97.)
  5. Os investidores estrangeiros ainda estão a comprar ações da China, apesar da recente turbulência. Apesar das notícias negativas vindas da China, os investidores globais continuaram a adicionar ações A da China às suas carteiras. Agosto de 2021 marcou o nono mês consecutivo de fluxos positivos para esta classe de ações, sugerindo uma mentalidade buy the dip. Recentemente, o governo chinês ajudou a lançar as bases para um maior investimento transfronteiriço com o lançamento dos esquemas Shanghai e Shenzhen Stock Connect em 2014 e 2016, respetivamente.
  6. Os principais índices globais estão a adicionar um grande número de ações chinesas. Num sinal da crescente integração da China nos mercados financeiros globais, os principais índices de ações têm adicionado mais ações chinesas, refletindo o aumento da importância da China para o sistema financeiro global. Porém, a representação da China nesses índices ainda subestima o potencial económico significativo do país. Os investidores podem querer considerar alocar mais na China do que os benchmarks.
  7. Inovação e transformação: os principais motores do crescimento da China. A China percorreu um longo caminho em pouco tempo. Outrora conhecida como a fábrica do mundo, transmutou-se da fabricação de baixo custo para as áreas de alta tecnologia, que são essenciais ao seu crescimento – e, crucialmente, ao seu desejo de autossuficiência. Uma classe média em rápida expansão, o aumento do consumo interno, a inovação de alta tecnologia e um compromisso com uma economia livre de carbono são partes essenciais da história de crescimento da China.